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Modelo com governo comandando 50% dos recursos corrompe política, diz Guedes

Fabrício de Castro e Idiana Tomazelli

Brasília

25/03/2019 17h12

O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta segunda-feira, 25, durante evento com prefeitos em Brasília, que o modelo atual, em que o governo comanda "50% dos recursos por definição, corrompe a política". Segundo ele, o País não conseguiu fazer a transição econômica e ficou "no meio do caminho".

"O governo federal começou a criar contribuições e jogou ao mar os Estados e municípios", disse Guedes, para lembrar depois que quem executa as políticas públicas são justamente estes entes federativos. "Os recursos precisam estar na base para fazer saúde, educação, saneamento. O dinheiro hoje está com o governo federal, que se atrapalha e gasta mal", afirmou.

Guedes disse ainda que o governo está confiante de que o Congresso sabe o tamanho do desafio do País e que atuará "construtivamente". "Estamos cheios de notícia boa, mas não podemos avançar com ela antes da pauta mais difícil, que é a previdenciária", acrescentou. "Não podemos disparar outras agendas porque a qualquer hora pode morrer pela Previdência", afirmou.

Ao falar da intenção do governo de criar condições para a cobrança de preços mais baixos no setor energético, Guedes afirmou que é preciso "quebrar a maldição de dois monopólios no setor de gás". O ministro, no entanto, não se aprofundou sobre a questão.

Democracia

O ministro da Economia defendeu ainda, durante sua participação em encontro de prefeitos, que o Brasil está virando uma "democracia extraordinária, com poderes independentes". "A mídia sofreu ruptura, entraram as redes sociais e disseram: 'não é bem essa história que vocês estão contando'", afirmou. "Isso ninguém controla, surpreendeu establishment". O ministro afirmou ainda que a mídia "tomou susto agora achando que tem controle da opinião pública e não tem".

De acordo com Guedes, a democracia no Brasil está revigorada e as pautas políticas são temáticas. "Evidentemente, peço todo empenho possível (de prefeitos). É direto na veia, fizemos a reforma, sobram recursos para Estados e Municípios", afirmou. "Este ano pode ser extraordinário para o Congresso. O sistema antigo ruiu, e coloco a culpa no regime econômico. A economia dirigista colocava poder demais no governo central, o que provocou mau funcionamento do sistema político. O poder público precisa ser limitado e descentralizado. Quando o poder é absoluto, corrompe tudo", acrescentou.

O ministro e o secretário especial de Previdência e Trabalho, Rogério Marinho, participaram na tarde desta segunda-feira da 75ª reunião geral da Frente Nacional de Prefeitos (FNP)