Governadores expuseram a Guedes preocupação com condução da reforma, diz Leite
"Deixamos claras as preocupações dos governadores sobre relação entre governo e Congresso. Queremos que a decisão sobre a reforma da Previdência se dê o mais rápido possível. Se o ambiente político retardar aprovação da Previdência, os Estados terão menos tempo para aprovarem medidas complementares juntos às Assembleias Legislativas", afirmou, após reunião extraordinária do Fórum dos Governadores, no Palácio do Buriti.
O governador gaúcho reforçou que a reforma da Previdência é uma condição de sobrevivência para União, Estados e municípios. "O tempo político para a Previdência é curto, porque teremos eleições municipais em 2020. No fim deste ano muitos parlamentares e partidos já estarão discutindo as eleições para as prefeituras. O governo precisa focar toda a sua energia na reforma da Previdência agora", completou.
Leite disse ainda que o ministro Guedes, apesar de não ser o responsável direto pela negociação política, o tem feito de maneira dedicada. Segundo ele, Guedes teria condicionado divisão aos Estados das receitas do leilão do excedente da cessão onerosa à aprovação da reforma da Previdência.
Já o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), revelou que não há consenso entre os governadores a respeito da proposta de reforma que tramita no Congresso. "O ambiente político atual não é propício para a aprovação da previdência. O ambiente político tenso atrapalha encaminhamento de qualquer proposta", completou, ao fim da reunião.
Recuperação dos Estados
O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), disse que o ministro da Economia prometeu apresentar um plano de recuperação fiscal para os Estados nos próximos 30 dias. Após a reunião extraordinária do Fórum dos Governadores, o governador do Rio Grande do Sul destacou que o chamado "Plano Mansueto" pode incluir a possibilidade de antecipação pela União ao Estados de receitas de privatizações de estatais estaduais.
"Se Estados colocarem ativos como garantia, pode haver uma antecipação de recursos pela União na proporção dessas privatizações que levarão ainda algum tempo para serem estruturadas", explicou Leite. "A discussão sobre a folha de pagamento demora a ter efeito, então o governo federal pode ser suporte para incentivar o ajuste no curto prazo", completou o governador gaúcho.
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