Relator da PEC do Orçamento no Senado fará ajuste para preservar teto dos gastos
Em entrevista ao 'Estado', a presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, Simone Tebet (MDB-MS), informou que a ideia é incluir na PEC um gatilho para que o pagamento das emendas obrigatórias seja feito até o limite do teto de gastos.
"Paga-se até o limite do teto do gasto", explicou Simone Tebet. Na sua avaliação, será uma espécie de amortecedor para não causar problemas ao cumprimento do teto de gastos, que é a regra fiscal que limita o crescimento dos gastos.
Tebet indicou o senador Esperidião Amim (PP-SC) para relatar a PEC na próxima quarta-feira na CCJ. Se houver mudanças no texto, a proposta terá que retornar para a Câmara dos Deputados. "É uma engenharia para adequação do texto", explicou ela, destacando que o ajuste é necessário também para não prejudicar as despesas discricionárias do governo, que de alguma forma atendem investimentos nos Estados e municípios.
A PEC foi aprovada pela Câmara em votação relâmpago. A proposta insere no texto constitucional o caráter mandatório das emendas de bancada estadual, à razão de 1% da Receita Corrente Líquida (RCL) do ano anterior ao início de vigência da PEC. A presidente da CCJ ressaltou que hoje já é obrigatório o pagamento de 0,6% da RCL. Em parecer divulgado na quarta-feira, a Instituição Fiscal Independente (IFI) do Senado alertou que o avanço do texto, aprovado em dois turnos pela Câmara, antecipa para 2020 o risco de descumprimento do teto de gastos ou de paralisação da máquina pública, o chamado "shutdown".
Estados
Simone Tebet informou ainda que o Senado está aguardando uma sinalização da equipe econômica em relação ao pacote de ajuda aos Estados. Segundo ela, os senadores estão preocupados com a situação dos Estados e querem buscar a solução do problema. "A proposta está sendo construída e vem com mais força", disse Tebet, que tem defendido o protagonismo do Senado nesse debate.
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