Brasil precisa de choque de capitalismo, defende secretário especial
O secretário especial de Produtividade, Emprego e Competitividade do Ministério da Economia, Carlos da Costa, defendeu hoje que o país passe por um processo de redução de barreiras internas à competição. Segundo ele, "o Brasil precisa de um choque de capitalismo".
"Queremos eliminar aquilo que não funciona e copiar [de outros países] aquilo que funciona. E queremos inovar. Queremos inovar na área de capital humano", afirmou Costa, durante abertura de evento sobre emprego e produtividade, em Brasília.
De acordo com Costa, o Brasil pode "rapidamente" chegar às políticas de capital humano do restante do mundo. "Não estamos bem, infelizmente. Perdemos o bonde da história", disse o secretário.
Segundo ele, a produtividade média de um trabalhador brasileiro equivalia a cerca de 40% da de um norte-americano na década de 1980. Atualmente, este porcentual é de apenas 24%. "Voltar aos 40% não deveria ser um desafio tão ambicioso assim. Isso significa quase dobrar a produtividade do trabalhador brasileiro, sem gerar inflação, sem trazer consequências nefastas", disse.
Costa afirmou que uma das frentes de trabalho para atingir este objetivo está ligada à redução de barreiras internas à competição. "Uma pesquisa recente mostra que ficamos em último lugar [na questão da competição]. Somos o país com as piores regulações de mercados de produtos no mundo", citou.
O secretário afirmou que, além de trabalhar para reduzir as barreiras internas à competição, o governo atua para inserir globalmente o Brasil, por meio de acordos com outros países.
Ele afirmou ainda que, atualmente, até o sistema governamental atrapalha a contratação de trabalhadores. "É preciso colocar o título eleitoral no e-social para fazer essa contratação", exemplificou Costa. De acordo com o secretário, ainda neste mês o governo deve divulgar medidas para desburocratizar contratações por parte das empresas.
"A nova lei de telecomunicações deve passar no Congresso muito em breve", acrescentou, ao listar iniciativas do governo na área trabalhista. "Temos de deixar o mercado funcionar", defendeu.
Costa afirmou ainda que um dos grandes desafios hoje em todo o mundo é como intensificar a aprendizagem profissional no trabalho. "Muito pouco foi feito em termos de políticas públicas para que isso pudesse ocorrer", disse.
O secretário participou nesta terça-feira da abertura do seminário "Emprega Mais - Novas perspectivas de desenvolvimento do capital humano para a produtividade e o emprego", no Ministério da Economia, em Brasília. Também participam do evento representantes do Banco Mundial e da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
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