Bolsonaro sinaliza apoio à manutenção de benefícios fiscais na Zona Franca
A manutenção vai na contramão da estratégia da equipe econômica de reduzir os incentivos tributários. Por ano, o governo concede uma renúncia de R$ 25 bilhões para as empresas instaladas na Região Amazônica - o equivalente a 8% do total de benefícios fiscais concedidos pela União. No ano passado, o governo abriu mão de R$ 292,8 bilhões em receitas. O plano é cortar esse volume para cerca de R$ 102 bilhões até 2022.
O superintendente da Suframa, Alfredo Menezes, afirma que a Zona Franca terá tratamento diferenciado na proposta de reforma do governo. A proposta está em fase final de elaboração e deve ser apresentada na próxima semana pelo governo. A garantia de manutenção do benefício, afirmou Menezes, foi dada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, em reunião realizada há um mês com parlamentares da Região Norte. A bancada da região deu apoio massivo à votação da reforma da Previdência.
PEC 45. Em Manaus, Bolsonaro destacou que a reforma tributária que tramita na Câmara e que acaba com os incentivos da Zona Franca não é a do governo. De autoria do economista Bernard Appy, esse texto põe fim a todos os benefícios fiscais, inclusive os da região. Conhecida como PEC 45, ela conta com a adesão do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e das principais lideranças da Casa. "Não é nossa (reforma)", reforçou o presidente.
Com críticas feitas no passado ao modelo de benefícios praticado na Zona Franca, o ministro da Economia, Paulo Guedes, foi recebido com desconfiança em Manaus. Na abertura da reunião, chegou a fazer uma provocação aos políticos e empresários que lotaram o auditório da Suframa. "Tendo toda essa riqueza, vamos viver só de diferenças de impostos (incentivos tributários da Zona Franca)?", questionou. Guedes disse que é possível discutir alternativas para o desenvolvimento futuro da região, mas admitiu que não se pode derrubar o que já existe.
"O homem evolui, eu evoluo, você, Paulo Guedes... E ele entendeu a importância estratégia dessa Região Amazônica", afirmou mais tarde Bolsonaro, em entrevista coletiva.
"A nossa (reforma) vai sair daqui a pouco e certamente nós sabemos a importância que é a estrutura tributária atual para a região", acenou Guedes na coletiva. O ministro defendeu alternativas para a região e chegou a propor que o Brasil negocie, nos acordos comerciais, o direito de propriedade do oxigênio da Amazônia.
Guedes ficou irritado ao ser questionado sobre quais seriam seus planos futuros para Zona Franca. "Se vocês quiserem olhar conflito o tempo inteiro, aí vocês vão viver disso até conhecer a reforma."
Os governadores da região fizeram da reunião do conselho da Suframa um ato de desagravo à manutenção dos benefícios fiscais. O governador do Amazonas, Wilson Miranda Lima, disse que a região "não abre mão da Zona Franca".
O conselho da Suframa aprovou na última quinta-feira, 25, 87 projetos industriais, com previsão de investimentos de US$ 651 milhões nos primeiros três anos de funcionamento da linha de produção. A expectativa é criar 3.415 postos de trabalho e gerar um faturamento de US$ 3,685 bilhões no período.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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