Fim do expediente às 18h prejudica trabalho em órgãos no Ministério da Economia
Para economizar R$ 366 milhões neste ano, o Ministério da Economia publicou na semana passada uma portaria determinando uma série de ações para a redução nas despesas da Pasta. Dentre as medidas anunciadas, o expediente foi limitado ao horário das 8 horas às 18 horas, foram cortados celulares dos servidores, e viagens internacionais terão controle mais rígido.
O secretário executivo do Ministério da Economia, Marcelo Guaranys, garantiu na semana passada que as atividades essenciais do ministério não serão afetadas e que o atendimento ao público também funcionará normalmente. Mas servidores de diversas áreas já encontraram dificuldades para concluírem suas tarefas no primeiro dia de validade do novo horário.
Segundo apurou o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), agentes da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) precisaram trabalhar à luz de lanternas nesta segunda-feira na superintendência do órgão em Minas Gerais, que fica sediada no edifício do Banco Central na capital mineira.
Da mesma forma, servidores da Controladoria-Geral da União (CGU) tiveram que interromper a análise de documentos relacionados a operações de fiscalização nos Estados nos quais o órgão também funciona em edifícios vinculados ao Ministério da Economia. Já o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) foi obrigado a suspender aulas de mestrado oferecida no período noturno.
O presidente da Unacon Sindical - que representa os servidores do Tesouro Nacional - e do Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas do Estado (Fonacate), Rudinei Marques, alega que a economia prevista com energia elétrica é muito pequena diante dos problemas que a medida pode causar às atividades dos órgãos vinculados à pasta.
"As operações de leilões da dívida pública e até mesmo negociações internacionais podem se prejudicadas. A liberação de garantias para empréstimos dos Estados pode atrasar e operações de fiscalização in loco da Receita Federal ou de defesa comercial podem ser adiadas para não passarem do horário das 18h", argumenta o sindicalista.
As entidades que representam os servidores enviaram nesta terça-feira um ofício ao ministro da Economia, Paulo Guedes, considerando "louvável" o esforço do governo para a contenção de despesas, mas alertando para possíveis prejuízos "ao cumprimento da missão institucional dos órgãos".
Como alternativa para mitigar em parte o prejuízo com o fim do expediente às 18h, os sindicatos sugerem ainda a revogação de um ato que proíbe os servidores de tirarem menos de uma hora de intervalo para as refeições. "Possibilitar o horário de meia hora de almoço já ajuda um pouco, mas não resolve. O ideal é permitir o trabalho de quem precisa para além das 18h. Não é aí que está a economia que o ministério precisa", completa Marques.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.