Brasil é reconhecido pela ICCO como exportador de cacau fino e de aroma
A certificação que dá status diferenciado para países que exportam cacau fino e de aroma é feita desde 1972 pela ICCO.
A aprovação brasileira foi impulsionada pelo trabalho da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac) no desenvolvimento de um dossiê técnico com informações sobre o cacau do Brasil.
No documento aprovado, o Conselho da ICCO registra que, "embora as exportações de amêndoas de cacau sejam pequenas em volume, o painel reconheceu a apresentação de dados mostrando a situação do país como exportador exclusivo de amêndoas de cacau fino ou de aroma".
A primeira tentativa de ingresso do Brasil no anexo C do Acordo Internacional do Cacau, que reúne os países produtores e exportadores de cacau de alta qualidade fino, ocorreu em 2015. As chances se tornaram mais concretas a partir da participação de técnicos da Ceplac e diplomatas brasileiros na Conferência Mundial do Cacau de 2018, realizada em Berlim (Alemanha) e na "Reunião Preliminar do Painel Ad Hoc sobre Cacau Fino e de Aroma", em novembro do ano passado em Guayaquil (Equador).
Foram realizadas várias videoconferências coordenadas pela ICCO com servidores da Ceplac até chegar a uma versão definitiva do dossiê. A solicitação brasileira foi aceita em abril deste ano, em reunião da organização realizada na cidade de Abidjã, Costa do Marfim, e aprovada nesta quinta-feira.
Segundo o ministério, o cacau fino e aromático é identificado por apresentar sabores diferenciados, desde frutados, florais, amadeirado, entre outros. A definição leva em consideração a origem ("terroir") do cacau, as características genéticas e a qualidade da fermentação das amêndoas.
O comércio mundial de cacau e chocolate fino atende a um mercado de nicho e representa menos de 5% do total comercializado entre os países. Contudo, o produto tem preço elevado no mercado, podendo custar até três vezes mais do que o cacau comum ou a granel, conhecido como "bulk".
A expectativa do governo brasileiro é que o reconhecimento possa aumentar o interesse do mercado internacional pelo cacau produzido na Mata Atlântica e na Amazônia.
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