Varejo ganha 3.328 novas lojas no 1º semestre
Nos primeiros seis meses de 2019, abriram as portas 3.328 estabelecimentos comerciais geradores de postos de trabalho em todo o território brasileiro. A CNC projeta para a segunda metade do ano uma inauguração líquida de 5,4 mil estabelecimentos comerciais, totalizando 8,7 mil novos pontos de vendas. No entanto, se confirmada essa previsão, a expansão deste ano ainda seria menor do que no ano passado, quando o saldo de lojas totalizou 11,7 mil.
"É um dado positivo, mas teve certa perda de fôlego, como ocorreu com as próprias vendas no varejo. Isso tem relação com as expectativas. A economia cresceu 1% no ano passado e no ano retrasado, mas neste ano a projeção do Produto Interno Bruto (PIB) foi revisada para um crescimento menor", justificou o economista Fabio Bentes, da Divisão Econômica da CNC.
Durante a crise econômica, o País teve um fechamento de 223 mil lojas - no período que se estendeu do primeiro semestre de 2015 ao primeiro semestre de 2017. Passada a recessão, o número de estabelecimentos varejistas voltou a crescer no segundo semestre de 2017, embora ainda timidamente.
"Se as previsões atuais se confirmarem e se nada atrapalhar, o varejo terá recuperado ao fim de 2019 cerca de 10% das lojas que fecharam de 2015 a 2017. Olha o tamanho do estrago que a recessão fez no comércio", observou Bentes.
No primeiro semestre deste ano, o maior número absoluto de novas lojas foi no segmento de hipermercados e supermercados, com mais 2.716 estabelecimentos. Também foram abertas mais 450 lojas de utilidades domésticas e eletroeletrônicos, além de outras 397 no ramo farmácias, drogarias e perfumarias.
"Esses setores que comercializam bens essenciais tendem a concentrar a abertura de lojas do varejo até que haja uma melhora mais significativa do mercado de trabalho", disse Bentes.
O economista da CNC acredita que as medidas de estímulo ao consumo - como a liberação de recursos extraordinários do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) -, as taxas de juros mais baixas e a inflação em patamares comportados beneficiem o comércio varejista, mas a aceleração no ritmo de abertura de novos pontos de vendas depende ainda de uma conjuntura mais favorável da confiança e do emprego.
O porcentual de varejistas dispostos a investir na ampliação ou abertura de novas lojas é o maior (45,8%) dos últimos quatro anos para meses de setembro. Entretanto, essa proporção ainda se encontra significativamente abaixo das intenções de investimento relatadas até 2014.
Os empresários dos Estados do Amapá (65,7%), Tocantins (59,3%) e Rondônia (58,0%) registraram os maiores porcentuais de intenções de investimento.
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