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Produção industrial tem crescimento em agosto, mas em ritmo menor que o de julho

Linha de montagem na fábrica da Ford, em São Bernardo do Campo (SP) - Rodrigo Paiva/Folhapress
Linha de montagem na fábrica da Ford, em São Bernardo do Campo (SP) Imagem: Rodrigo Paiva/Folhapress

Sandra Manfrini

Brasília

23/09/2019 15h12

A produção industrial cresceu em agosto, mas num ritmo menor que o verificado em julho. O índice de evolução da produção atingiu 51,4 pontos em agosto, ante 53 pontos do mês anterior. O dado consta da pesquisa Sondagem Industrial divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).

Apesar de menor, o índice ficou acima da linha divisória de 50 pontos, o que indica aumento de produção. De acordo com a CNI, o crescimento da produção é comum no mês. No entanto, o resultado de agosto deste ano é inferior ao registrado no mesmo mês dos últimos anos, "o que significa dizer que o crescimento deste ano, na passagem de julho para agosto, foi menor e menos disseminado que em anos anteriores".

A pesquisa mostra que o nível de estoques da indústria brasileira manteve-se estável em agosto, atingindo 50,1 pontos no mês. Essa estabilidade, destaca a pesquisa, ocasionou um ajuste parcial dos estoques, o que levou o índice de nível de estoque efetivo em relação ao planejado a recuar de 52,8 pontos para 51,7 pontos. O indicador da pesquisa varia de uma escala de zero a 100, onde valores acima de 50 pontos indicam crescimento do nível de estoques ou estoque efetivo acima do planejado.

"Ainda há estoques indesejados, mas o excesso não planejado diminuiu na comparação com o registrado em junho e julho. Esse resultado sugere que futuros aumentos da demanda, quando acontecerem, poderão gerar maior estímulo à produção", afirma o economista da CNI Marcelo Azevedo, em nota divulgada pela entidade.

Para Azevedo, o excesso de estoques indesejados é uma das razões para o crescimento da produção em nível menos acelerado em agosto.

A Utilização da Capacidade Instalada (UCI) aumentou um ponto porcentual em agosto, subindo para 69%. O índice continua em trajetória próxima à observada no ano passado, mas distante do patamar registrado nos anos pré-crise. Segundo a pesquisa, a UCI está cinco pontos porcentuais abaixo do média do mês de agosto, se considerado o período de 2011 a 2014.

Com relação ao índice de evolução do número de empregados, ele atingiu 48,6 pontos em agosto, um aumento de 0,2 ponto em relação a julho. Apesar da ligeira alta, o indicador continua abaixo de 50 pontos, o que sinaliza queda no emprego.

Expectativas

A Sondagem Industrial mostra que todos os índices de expectativas dos industriais apresentaram queda em setembro. Os índices de expectativa e demanda e quantidade exportada caíram 0,6 ponto; o índice de expectativa de compras de matérias-primas caiu em 0,9 ponto; e o índice quanto ao número de empregados recuou 0,1 ponto.

Apesar da queda, todos os índices permaneceram acima dos 50 pontos, o que ainda indica otimismo do setor.

Com relação à intenção de investimento, os empresários reduziram o apetite por investimento neste mês. O índice caiu 0,6 ponto na comparação mensal, atingindo 53,5 pontos. Apesar da queda, o índice está 2,7 pontos acima do registrado no mesmo período de 2018.