Crise com Bezerra, vetos e emendas teriam adiado votação da Previdência
Senadores e técnicos do Congresso Nacional ouvidos pelo UOL afirmaram que três fatores foram determinantes para a decisão do presidente do Senado Federal, Davi Alcolumbre (DEM-AP), de adiar a votação da reforma da Previdência.
O primeiro é que Alcolumbre teria tomado as dores do líder do governo, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), alvo de uma operação de busca e apreensão em seu gabinete. O constrangimento político levou o presidente do Senado a soltar uma nota criticando a decisão do STF (Supremo Tribunal Federal).
O segundo: há uma pressão no Congresso para que sejam votados os projetos de crédito suplementar para garantir o pagamento de emendas parlamentares prometidas pelo governo em troca de votos favoráveis à reforma da Previdência.
Por fim, os vetos que precisam ser analisados pelo Congresso. "Alcolumbre também estaria interessado em limpar a pauta dos vetos. Depois da operação contra o Bezerra, o ambiente piorou e muitos senadores e deputados querem derrubar os vetos do presidente Jair Bolsonaro ao projeto de abuso de autoridade. Para finalizar, virão os vetos à reforma eleitoral e ele teria interesse em limpar a pauta", disse ao UOL um parlamentar reservadamente.
Bolsonaro ainda não decidiu se vetará as mudanças feitas pelo governo na legislação eleitoral aprovada pelo Congresso. O texto precisa ser promulgado até 3 de outubro para valer nas eleições municipais de 2020. Com a sessão de amanhã, Alcolumbre deixaria a pauta limpa para apreciar eventuais vetos ao projeto aprovado.
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