Condições financeiras permanecem em níveis favoráveis, diz BC na ata
"O ambiente com condições financeiras favoráveis resulta da ampliação do grau de estímulo monetário, do ambiente externo relativamente favorável para economias emergentes e das perspectivas de melhoria dos fundamentos da economia brasileira, como resultado da agenda de reformas e ajustes necessários na economia", avaliou o Copom, que ressaltou que esses efeitos aparecem de maneira mais nítida na dinâmica dos mercados de crédito e de capitais.
Ao detalhar os motivos para que o cenário internacional seja relativamente favorável aos emergentes, a ata citou o fato de diversos bancos centrais - inclusive de economias centrais - estarem provendo estímulos monetários adicionais.
Por outro lado, o Copom novamente avaliou que permanecem os riscos de uma desaceleração "mais intensa" da economia global e citou incertezas sobre políticas econômicas e de natureza geopolítica - chamando a atenção para as disputas comerciais e a tensões geopolíticas. O documento não faz menção, entretanto, aos atentados a refinarias de petróleo na Arábia Saudita, ocorridos no fim de semana anterior à reunião do colegiado.
"As incertezas no cenário externo implicam riscos para ativos cuja precificação dependa sobremaneira de um cenário com taxas de juros globais baixas e manutenção do ritmo de crescimento econômico recente", destacou a ata.
O Copom, no entanto, voltou a enfatizar a capacidade da economia brasileira em absorver revés no cenário internacional, devido ao seu "balanço de pagamentos robusto, à ancoragem das expectativas de inflação e à perspectiva de continuidade das reformas estruturais e de recuperação econômica".
Inflação em 12 meses
Os membros do Copom avaliaram que as projeções de curto prazo indicam que a inflação acumulada em 12 meses "deve recuar nos próximos meses e retornar, ao final do ano, para níveis próximos aos observados até agosto". Em 12 meses até agosto, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumula 3,43%, aquém do centro da meta de 4,25% para 2019.
"Essa trajetória de curto prazo reflete, dentre outros fatores, comportamento benigno de alguns componentes mais voláteis da inflação e dinâmica da inflação importada, cujos vetores altistas têm sido moderados pela trajetória de preços externos", pontuou o BC no documento.
A instituição reiterou ainda a avaliação de que as medidas de inflação subjacente "encontram-se em níveis confortáveis, inclusive os componentes mais sensíveis ao ciclo econômico e à política monetária" - ou seja, os componentes de serviços.
Na semana passada, o Copom reduziu a Selic (a taxa básica de juros) em 0,50 ponto porcentual, de 6,00% para 5,50% ao ano. Este é o menor nível da história.
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