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Riscos climáticos podem afetar política monetária, diz diretora do Banco Central dos EUA

Geleira cai no mar na Noruega, um efeito do aquecimento do planeta - Michael Melford/National Geographic Creative
Geleira cai no mar na Noruega, um efeito do aquecimento do planeta Imagem: Michael Melford/National Geographic Creative

Nicholas Shores

Em São Paulo

09/11/2019 14h03

Os riscos derivados das mudanças climáticas podem afetar responsabilidades específicas do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), como política monetária, estabilidade financeira, regulação e supervisão financeira, assuntos comunitários e de consumidores e pagamentos, afirmou a membro do conselho de diretores do Fed Lael Brainard.

Em discurso preparado para a conferência sobre a "Economia das Mudanças Climáticas" organizada pelo Fed de San Francisco, a economista apontou ontem que a necessidade de o BC americano analisar e se adaptar às mudanças climáticas "não é menos verdadeira" que o dever relacionado à globalização e à revolução da tecnologia da informação.

"Projeta-se que os riscos climáticos tenham profundos efeitos sobre a economia e o sistema financeiro dos EUA", disse Brainard. "Para cumprir nossas responsabilidades essenciais, será importante o Federal Reserve estudar as implicações das mudanças climáticas para a economia e o sistema financeiro e adaptar o nosso trabalho de acordo com isso."

Ela deu o exemplo de que formuladores de política monetária terão de avaliar acuradamente como desastres como furacões, incêndios florestais e enchentes afetam mercados de trabalho, gastos de famílias e empresas, produção e preços. "Ao decidir sobre alterar a política monetária, ou, em vez disso, 'olhar além' desses choques, formuladores de política terão de avaliar a provável persistência dos efeitos e quão abrangentes eles são."