Inflação de outubro foi menor para mais pobres e maior para ricos, diz Ipea
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficou em 0,10% em outubro.
"Além da leve retração de 0,03% dos preços dos alimentos no domicílio, a queda de 3,2% das tarifas de energia elétrica foram os dois principais pontos de alívio sobre a inflação dos mais pobres, em outubro, atenuando inclusive as altas de 0,19% da alimentação fora do domicílio, de 0,63% dos itens de vestuário e de 0,9% dos produtos de higiene pessoal", justificou a técnica do Ipea Maria Andréia Parente Lameiras, na Carta de Conjuntura que trata do indicador.
No caso das famílias mais ricas, pesou no orçamento de outubro a elevação nos gastos com transportes.
"Assim como ocorrido nos segmentos de renda mais baixa, a queda no preço da energia também contribuiu favoravelmente para aliviar a inflação dos mais ricos; no entanto, os reajustes de 1,4% dos combustíveis e de 1,9% das passagens aéreas geraram uma forte pressão sobre o grupo transportes, que sozinho, contribuiu com 0,11 ponto porcentual para a taxa inflacionária total da classe de renda alta", completou a pesquisadora.
O indicador do Ipea separa por seis faixas de renda familiar as variações de preços medidas pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), apurado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os grupos vão desde uma renda familiar de até R$ 1.638,70 por mês, no caso da faixa com renda muito baixa, até uma renda mensal familiar acima de R$ 16.391,58, no caso da renda mais alta.
A taxa de inflação das famílias de renda mais baixa acumulada em 12 meses até outubro de 2019 ficou em 2,67%, ainda mais elevada que a da faixa de consumidores mais ricos, de 2,58% no período. O IPCA acumulado em 12 meses até outubro de 2019 foi de 2,54%.
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