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Em evento na CNI, Bolsonaro faz acenos ao empresariado ao criticar 'burocracias'

Mateus Vargas e Emilly Behnke

Brasília

11/12/2019 15h52

Homenageado em cerimônia da Confederação Nacional da Indústria (CNI), o presidente Jair Bolsonaro fez nesta quarta-feira, 11, acenos ao empresariado ao criticar "burocracias", agências reguladoras e prometer rever regras da Receita Federal e decretos "que porventura estejam atrapalhando".

"Nós temos decretos, por muitas vezes, que vão além da legislação e atrapalham vida de todos. Ofereço aos senhores, o que tiver em decretos que porventura estejam atrapalhando, nos procurem. Em poucos dias submetemos essa proposta de novo decerto a nossa assessoria jurídica. E, se for o caso, mudamos o decreto", afirmou Bolsonaro a uma plateia de empresários.

Bolsonaro recebeu da CNI o Grande Colar da Ordem do Mérito Industrial. A entidade também divulgou pesquisas e opinião feitas entre industriais e com a população em geral sobre políticas do governo.

No evento, o presidente afirmou que muitas vezes as agências reguladoras, "para o bem e para o mal", têm poder maior que ministérios. Ao dizer que Paulo Guedes, ministro da Economia, é aliado para a desburocratização, Bolsonaro declarou que deve rever instruções normativas da Receita Federal. "Cada instrução normativa deve ser muito bem pensada. Deve atender ao interesse do Brasil. Não de grupos", disse.

Bolsonaro voltou a afirmar que o País está mudando porque o governo valoriza a família, tem lealdade a seu povo, adora a Deus e reconhece militares. "A classe militar é tão atacada porque éramos último obstáculo ao socialismo", disse.

O presidente agradeceu a classe política. "Que reconheceu a necessidade de ter ministros, presidentes de bancos, chefes de estatais, reconhecidos com a nação e não com partidos políticos. Fórmula que não deu certo no passado."

Política ambiental

Bolsonaro atribuiu as críticas que tem recebido por causa da sua política ambiental a uma "questão econômica". O presidente ironizou ainda críticas por ter derrubado decreto que impedia plantação de cana-de-açúcar na Amazônia.

"Espero que o pessoal da COP-25 não venha nos acusar de querer substituir a floresta amazônica por um grande canavial. A sanha, a maneira como nos atacam nessa questão ambiental, virou uma política econômica", disse.

O presidente afirmou também que o "homem do campo" está "menos apavorado" em seu governo com a fiscalização.

A ativista sueca Greta Thunberg, de 16 anos, voltou a tema de declarações do presidente. "Tem até uma pirralha que tudo o que ela fala à nossa imprensa, a nossa imprensa, pelo amor de Deus, dá um destaque enorme. Ela está agora fazendo o seu showzinho lá na COP 25. Mas tudo bem. Eu acredito nós temos, ao trabalhar em equipe, meios de mudar o Brasil", afirmou.