Suzano usa créditos de ICMS para investir R$ 933 milhões no ES
O conselho de administração da Suzano aprovou ontem um investimento de R$ 933,4 milhões no Espírito Santo. O dinheiro será usado em ativos florestais, na reforma da fábrica no município capixaba de Aracruz e na construção de uma nova unidade voltada à produção de papel higiênico e papel toalha, uma das apostas mais recentes da companhia para ganhar musculatura também para ficar conhecida no varejo.
A líder global em celulose de fibra curta —após a compra da rival Fibria, em 2018— afirmou que os investimentos no Espírito Santo serão viabilizados por créditos do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) que a companhia tem com o estado. Atualmente, a companhia tem um total de R$ 1,1 bilhão para reaver. O valor foi acumulado ao longo de mais de dez anos.
A maior parte do investimento anunciado ontem será destinada à consolidação de ativos florestais. Os recursos vão financiar aquisições e arrendamento de terras, consumindo um total de R$ 531 milhões nos próximos 24 meses.
Já a reforma da fábrica de celulose em Aracruz vai custar R$ 272,4 milhões, com prazo de execução estimado em 25 meses pela fabricante de papel e celulose.
A construção da unidade de papel higiênico e papel toalha vai consumir um total de R$ 130 milhões. A unidade deverá elevar a capacidade da Suzano em papel tissue (sanitários e de uso no lar) em 30 mil toneladas ao ano, para um total de 130 mil toneladas.
Para a unidade de Aracruz, a companhia diz que as prioridades do retrofit serão eficiência industrial e energética, com redução no consumo de insumos para produção. Esse movimento pode trazer novas fontes de receita para o negócio, disse o diretor executivo de relações e gestão legal da Suzano, Pablo Machado, em teleconferência realizada na quinta-feira.
"Com o aumento da eficiência energética da planta, iremos elevar a nossa capacidade de geração e exportação (da energia excedente) para as redes de transmissão", afirmou o executivo, sem mais detalhes.
Previsão de alta
A XP Investimentos atualizou suas estimativas para o setor de papel e celulose em 2020. Isso levou a uma elevação dos preços-alvo das ações da Suzano para R$ 45 e da Klabin para R$ 20,50.
Os novos valores representam potencial de alta de 14% e de 9%, respectivamente. No caso das duas empresas, a revisão leva em conta o cenário de preços mais elevados para a celulose esperado para o ano que vem.
O analista Yuri Pereira diz esperar um período de normalização dos estoques da matéria-prima, com recuperação gradual das margens das fabricantes e crescimento discreto da produção. A previsão é de que a celulose de fibra curta na China seja cotada a US$ 520 a tonelada, ante os US$ 470 atuais.
A recomendação da XP é de compra do papel da Suzano. Para a Klabin, a perspectiva permanece neutra.
As informações são do jornal "O Estado de S. Paulo".
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