Grupo sul-africano compra torres de celular por R$ 2,5 bi
Para a sul-africana, uma das maiores empresas do segmento no mundo, com 24 mil torres, a aquisição marca a entrada no mercado brasileiro e a adição de mais 2 mil torres da Cell Site ao portfólio. Criada na Nigéria, em 2001, a empresa está presente em cinco países, com forte participação no continente africano, e detém ainda escritórios em países como Inglaterra, Holanda, Emirados Árabes Unidos e Ilhas Maurício.
Há cerca de dois anos, a IHS decidiu crescer em novos mercados fora da África. As negociações com o banco americano Goldman Sachs para comprar sua empresa de torres de telefonia móvel foram exclusivas, de acordo com fontes ouvidas pelo Broadcast, e ocorrem em meio a outras conversas entre empresas deste setor. A SBA Communications estaria, conforme fontes, próxima de selar a compra do Grupo TorreSur (GTS), do fundo de private equity americano Providence Equity Partners.
Outra gestora atenta a oportunidades no segmento de torres de telefonia móvel é a americana Blackstone, que já tem presença no setor por meio da sua controlada Phoenix Tower.
No mês passado, a Telefônica Brasil anunciou a venda de 1.909 torres de telefonia móvel para a Telxius Torres Brasil, também controlada pelo grupo espanhol Telefónica, por R$ 641 milhões.
Mercado aquecido
Nos últimos anos, os fundos de private equity, que compram participações em empresas, aumentaram a exposição no segmento de torres de telefonia móvel, de olho nas perspectivas de crescimento no Brasil por causa da tecnologia 5G.
O setor chama a atenção, principalmente, de players estrangeiros que veem potencial no País. Quinta geração das redes de comunicação móveis, a tecnologia 5G promete velocidades até dez vezes maiores que a 4G. As operações neste segmento ocorrem em torno da expectativa quanto ao leilão do 5G, adiado para 2020.
O próprio Goldman Sachs decidiu adquirir o controle da Cell Site por meio do seu fundo de private equity, das mãos de outra gestora, a Gávea, do ex-BC Armínio Fraga, em 2016. Até então, cada um detinha 50% da brasileira.
De lá para cá, fez investimentos na empresa e agora a vende para um player sul-africano com ganho frente ao investimento que fez na época, diz uma fonte, na condição de anonimato.
A Cell Site foi assessorada na negociação com a IHS pelo próprio Goldman Sachs e ainda o Itaú BBA, segundo apurou o Broadcast.
Já a compradora IHS contratou o Citi, conforme fontes, para ajudá-la nas negociações.
Procuradas pela reportagem, IHS e Cell Site não se manifestaram até o fechamento deste texto.
Os bancos assessores também não quiseram comentar o assunto. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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