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Comércio gera 63% das vagas com carteira assinada entre setembro e novembro

Daniela Amorim

Rio

27/12/2019 17h04

O comércio foi o setor que puxou a geração de vagas com carteira assinada no trimestre encerrado em novembro. Ao todo, o setor foi responsável por 240 mil novas vagas - ou 63% do total - em regime CLT entre setembro e novembro de 2019, revelou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com base nos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua). Ao todo, o mercado de trabalho registrou abertura de 378 mil novas vagas com carteira assinada, em alta de 1,1% em relação ao trimestre terminado em agosto.

"A carteira assinada teve a primeira alta estatisticamente significativa desde maio de 2014", apontou Adriana Beringuy, analista da Coordenação de Trabalho e Rendimento do IBGE. "A carteira, depois de vários trimestres móveis, tem crescimento significativo. Da mesma forma que o comércio puxou a alta na população ocupada, ele também puxou a carteira assinada. Desses 378 mil a mais com carteira, 240 mil vêm do comércio", acrescentou.

O setor de comércio também contribuiu positivamente para vagas geradas sem carteira assinada. Só na economia informal, foram 98 mil contratados a mais do que no trimestre terminado em agosto. Ao todo, são 338 mil vagas abertas. "Foi a atividade que mais aumentou a ocupação", diz Adriana.

As contratações de trabalhadores temporários pelo comércio são um movimento sazonal, característico do fim do ano, que tradicionalmente contribui para o recuo na taxa de desemprego. A taxa de desocupação diminuiu de 11,8% no trimestre encerrado em agosto para 11,2% no trimestre terminado em novembro. "Tem a ver com sazonalidade, sim", confirmou Adriana Beringuy.

Sobe e desce

Na passagem do trimestre terminado em agosto para o trimestre encerrado em novembro, houve contratações também nas atividades de construção (+180 mil), outros serviços (+63 mil ocupados), serviços domésticos (+57 mil), administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (+88 mil), alojamento e alimentação (+204 mil), transporte (+65 mil) e informação, comunicação e atividades financeiras (+12 mil).

Por outro lado, houve demissões na agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura, com 198 mil trabalhadores a menos em um trimestre, e na indústria, menos 26 mil.

Em relação ao patamar de um ano antes, todas as atividades geraram vagas, com exceção da agricultura, que perdeu 124 mil trabalhadores ante o trimestre até novembro de 2018. As contratações ocorreram na indústria (321 mil vagas a mais), informação, comunicação e atividades financeiras (+258 mil), transporte (+247 mil), alojamento e alimentação (+186 mil empregados), outros serviços (+121 mil pessoas), administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (+105 mil vagas), comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas (+118 mil vagas), serviços domésticos (+151 mil) e construção (+134 mil trabalhadores).