Bolsa bate ouro e lidera entre melhores investimentos do ano
Entre o último dia do ano passado e esta segunda-feira, 30, o Ibovespa deu retorno real (descontada a inflação) de 27,60%, ficando em vantagem em relação ao ouro, que teve retornos de 24,22%.
De acordo com o gerente de relacionamento institucional da Economática, Einar Rivero, o ouro teve uma volatilidade bastante acentuada, mas muitos investidores acabam vendo o metal como alternativa, quando os mercados internacionais oscilam muito - como ocorreu ao longo de 2019.
Logo em seguida, aparecem a poupança, que teve retorno real de 2,96%, o CDI, com 2,72%, e o dólar (0,88%). Nesse mesmo período, o euro foi o único entre os principais investimentos que servem de referência para comparação com a Bolsa que teve queda real, de 1,35%.
Historicamente, o investidor brasileiro costuma dar preferência para a renda fixa. Dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), que levam em conta os fundos de investimento no mercado de varejo, apontam que mais de 75% do volume financeiro está alocado em renda fixa, somando um montante de R$ 468 bilhões.
Em contrapartida, nos fundos de ações, a alocação fica em 5% do total, ou R$ 32,7 bilhões.
No entanto, com as quedas consecutivas da taxa básica de juros, a Selic, que atingiu o piso histórico de 4,5% ao ano na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), os investimentos em renda fixa acabaram perdendo rentabilidade.
Aplicações tradicionais, como caderneta de poupança, fundos atrelados à taxa DI, que acompanha de perto a taxa Selic, e os títulos do Tesouro Direto indexados pela Selic não devem conseguir proteger o investimento do brasileiro de perdas inflacionárias projetadas para o IPCA no ano que vem.
Década
Nos últimos dez anos, a Bolsa viveu períodos marcantes, acompanhando as reviravoltas do cenário político nacional, que acabaram afetando o seu desempenho. Ao longo da década, o ano de 2015 marcou um momento significativo, lembra Rivero, da Economática.
Se, entre 2009 e 2015, o Ibovespa teve uma queda real de retorno de 57,55%, do fim de 2015 até agora, o ganho real de retorno supera os 129%.
"O que definiu um momento de forte queda e de forte alta foi o impeachment da presidente Dilma Rousseff e a posterior mudança de governo. Pela crise que se estendia, tudo o que se perdeu em seis anos está sendo recuperado agora", diz Rivero.
Se considerados os resultados de toda a década, o Ibovespa acaba perdendo para a inflação, tendo queda real de retorno de 3,27%.
No período, o ouro ganhou com folga entre os principais investimentos, com retorno de 87,52%, seguido por CDI (45,90%) e dólar (32,81%). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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