Governo de SP saúda ágio histórico, mas outorga cai de R$ 2 bi para R$ 15 mi
Atendendo a uma solicitação do próprio governador, o valor mínimo da outorga fixa (a ser paga à vista) foi reduzido de um potencial de R$ 2 bilhões para somente R$ 15 milhões.
A proposta do Consórcio de Infraestrutura Brasil, liderado pelo Pátria e o fundo soberano de GIC, de Cingapura, levou o leilão da maior concessão rodoviária já feita no País. A proposta vencedora foi de R$ 1,1 bilhão. A oferta pela concessão foi quase 110% superior ao segundo colocado, a Ecorodovias, que propôs R$ 527,05 milhões.
Apesar de um ágio significativo contra a outorga fixa, o valor representa um "desconto" de quase 50% sobre o potencial que o Estado poderia ter arrecadado.
Questionado, o secretário estadual de Logística e Transportes de São Paulo, João Octaviano Machado Neto, negou um desconto elevado. "O modelo foi muito bem aceito e demonstra o acerto dessa modelagem", afirmou, em entrevista.
Nomes de peso ficaram de fora do certame. A CCR e a própria Arteris, que atualmente opera parte do trecho a ser leiloado, não entregaram envelopes com propostas.
O governador Doria foi questionado sobre a ausência de mais participantes, mas afirmou que o importante não é a quantidade de ofertas, mas a qualidade. "(O importante é) Termos players com poder. Tivemos investidores chineses e fundo de Cingapura. O pior seria um fundo com ágio baixo", disse.
No total, a concessão tem previsão de investimentos da ordem de R$ 14 bilhões em 30 anos para o trecho entre a cidade de Piracicaba, na região de Campinas, e o município de Panorama, no extremo Oeste do Estado, divisa com o Mato Grosso do Sul.
Lançada em meados de 2019, a concorrência engloba 218 quilômetros atualmente operados pela concessionária Centrovias, do Grupo Arteris, cujo contrato vence no primeiro trimestre deste ano, além de 1.055 quilômetros operados pelo DER-SP.
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