Ajuda do governo a empresas é 'tímida' e 'não vai resolver nada', diz Maia
O programa de crédito, divulgado mais cedo pelo presidente Jair Bolsonaro e pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, vai disponibilizar no máximo R$ 20 bilhões por mês, num período de dois meses.
O objetivo é aliviar a pressão financeira sobre as empresas durante a crise gerada pela pandemia do novo coronavírus.
"Acho que essa [decisão] do financiamento, que eu não acho ruim, porque, pela informação que eu tenho, a taxa de captação é a mesma do empréstimo. [Tem] uma carência, um prazo para pagar, [e] a garantia majoritária do governo, ainda é tímida - 20 bilhões por mês - não vai resolver nada", afirmou Maia a um grupo de empresários do grupo Lide, em evento realizado por videoconferência.
A linha de crédito anunciada é voltada para empresas com faturamento anual entre R$ 360 mil e R$ 10 milhões. Para Maia, o governo precisa pensar logo em medidas destinadas também a empresas que estão fora dessa faixa de faturamento. "Como é que faz com o resto? Porque tem empresas maiores, que também vão ter dificuldade. Tem microempresas que ficaram de fora", afirmou.
Feito no Palácio do Planalto, o anúncio do pacote ocorre após o aumento da pressão sobre Bolsonaro para que adote medidas semelhantes às vistas em outros países para facilitar medidas como o isolamento recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para reduzir a disseminação do novo coronavírus.
Bolsonaro tem dado declarações diminuindo os riscos da covid-19 e defendendo a redução das restrições ao movimento de pessoas e a volta ao trabalho devido aos prejuízos econômicos das medidas de isolamento. No entanto, o isolamento social é recomendado pela OMS para evitar a propagação do vírus quando não se sabe mais a origem da infecção, estágio que está no Brasil.
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