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Fitch revisa perspectiva do setor bancário do Brasil de estável para negativa

Gabriel Bueno da Costa

São Paulo

30/03/2020 11h44

A Fitch afirma em comunicado que revisou a perspectiva do setor bancário do Brasil de estável para negativa "devido à piora da pandemia global de coronavírus". Segundo a agência, o choque macroeconômico global por causa da doença impõe "desafios de execução para todos os setores no Brasil", em um quadro mais complexo e desafiador para as empresas, o setor de varejo e as pessoas físicas.

"Este cenário naturalmente muda a dinâmica de crédito para bancos e para todas as instituições financeiras não bancárias no país e deve impactar seus perfis financeiros", aponta.

Após a aprovação da reforma previdenciária, o nível de confiança estava aumentando, embora de modo lento, na opinião da Fitch. Aproveitando a ampla liquidez e os juros em recordes de baixa, grandes empresas estavam levantando dívida por meio dos mercados de capital, "portanto reduzindo sua alavancagem com os bancos", comenta.

Os juros baixos também ajudaram as empresas menores, diz ela.

Mas o novo ambiente de negócios após a pandemia é "desafiador", já que a situação de liquidez no curto prazo da maioria das companhias do país será afetada, alerta a Fitch.

Isso gera dúvidas sobre o futuro da geração de fluxo de caixa e, consequentemente, da evolução do emprego no país, "considerando as dificuldades para prever o tempo para a recuperação da economia".

Com isso, a Fitch revisou a projeção do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro para crescimento de 1,7% (de avanço de 2,2% previsto em dezembro), dizendo que a estimativa pode ser revisada mais vezes, a depender do ritmo da piora econômica.

Em um quadro de incertezas, os bancos podem ser mais conservadores ao precificar seus empréstimos, o que pode também limitar a liquidez do sistema, aponta a agência em sua nota.

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