De startups 'cool' para varejistas com décadas de estrada
Foi no dia da determinação da quarentena em Florianópolis, onde vive, que Wesley Goulart Siqueira, 38 anos, tomou a decisão de sair da startup de cupons Peixe Urbano, empresa em que trabalhava havia 8 anos. Ficou sabendo da vaga na Guararapes, dona da Riachuelo. Em questão de dias, participava do processo seletivo. "Meu medo era ter de viajar a São Paulo para fazer entrevista e ter de entrar em quarentena", lembra.
Isso não foi necessário, pois todo o processo de contratação foi online. A entrevista de emprego foi por telefone. E o envio dos equipamentos necessários para iniciar as atividades ocorreu rapidamente, mesmo com as restrições ao transporte rodoviário.
Apesar de exercer uma função de coordenação - gestão de sistemas -, Wesley não tem, por ora, previsão de mudar-se para São Paulo, onde fica a sede da empresa. "A Riachuelo não tinha tradição de trabalhar em home office, mas se adaptou de forma rápida. Para mim, uma das coisas que contaram foi a oportunidade de trabalhar em uma transformação digital de um negócio."
Demissão inesperada
Embora atuando em um setor em que há escassez de mão de obra, o início da quarentena foi tenso para a publicitária Maitê Peres Gonçalves, 28 anos. Ela foi surpreendida ao ser demitida do banco digital C6, no início do mês passado.
O período de desemprego, no entanto, foi bem curto: 15 dias depois, foi chamada para trabalhar na Via Varejo, dona da Casas Bahia e do Ponto Frio. Maitê é UX writer e escreve textos de telas de aplicativos. "Muitas pessoas foram dispensadas do C6 e passaram a ser sondadas por outras empresas."
A maior dificuldade, para ela, é trabalhar à distância no emprego novo. Ela começou a trabalhar no início de maio e, assim como Wesley, da Guararapes, ainda não colocou os pés na nova empresa.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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