15 das 26 atividades mostraram reduções recordes da produção em abril ante março
A influência negativa mais relevante foi da produção de veículos automotores, reboques e carrocerias, que despencou 88,5%, a queda mais intensa da série histórica, devido a paralisações e interrupções de várias unidades produtivas em função da pandemia da covid-19. No mês anterior, a atividade de veículos já tinha recuado 28,0%. Em dois meses de perdas, a atividade de veículos encolheu 91,7%.
"O grupo veículos automotores alcança seu ponto mais baixo dentro da série histórica", ressaltou André Macedo, gerente da Coordenação de Indústria do IBGE,
Houve redução na produção de automóveis, caminhões, ônibus, carrocerias, autopeças. "Mas sem sombra de dúvida o principal item (com queda) acaba sendo automóveis", disse Macedo.
Outras contribuições negativas relevantes sobre o total da indústria foram de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-18,4%), metalurgia (-28,8%), máquinas e equipamentos (-30,8%), bebidas (-37,6%), produtos de borracha e de material plástico (-25,8%), produtos de minerais não-metálicos (-26,4%), produtos de metal (-26,8%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-33,8%), outros equipamentos de transporte (-76,3%), couro, artigos para viagem e calçados (-48,8%), confecção de artigos do vestuário e acessórios (-37,5%), produtos têxteis (-38,6%), equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-26,0%), outros produtos químicos (-7,3%), produtos diversos (-30,6%) e móveis (-36,7%).
Além de veículos, outras reduções recordes na produção ocorreram nos setores de bebidas, têxteis, calçados, derivados de petróleo, borracha, minerais não metálicos, metalurgia, produtos de metal, equipamentos eletrônicos e informática, máquinas e aparelhos elétricos, entre outros.
"Mais da metade das atividades investigadas estão com as maiores quedas de suas séries. Isso também dá a dimensão do tamanho da perda que abril nos mostrou para o setor industrial", avaliou Macedo.
Na direção oposta, a fabricação de produtos alimentícios cresceu 3,3% em abril ante março, enquanto produtos farmoquímicos e farmacêuticos avançaram 6,6%. Ambos tinham recuado no mês anterior: -1,0% e -11,0%, respectivamente.
O setor de perfumaria, sabões e produtos de limpeza avançou 1,3%, enquanto as indústrias extrativas ficaram estáveis (0,0%).
Segundo André Macedo, os três setores com avanço na produção em abril ante março, na contramão do restante da indústria, foram impulsionados por hábitos de consumo decorrentes das medidas de isolamento social, com maior demanda por alimentos e produtos de higiene e limpeza, por exemplo.
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