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Tereza Cristina: acordo UE-Mercosul sai porque é vantajoso para os dois lados

17.jun.2020 - A Ministra da Agricultura, Tereza Cristina, durante o lançamento do Plano Safra 2020/2021 - Frederico Brasill / Estadão Conteúdo
17.jun.2020 - A Ministra da Agricultura, Tereza Cristina, durante o lançamento do Plano Safra 2020/2021 Imagem: Frederico Brasill / Estadão Conteúdo

Elisa Calmon

29/09/2020 17h21

A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, acredita que o acordo entre a União Europeia e o Mercosul vai sair apesar do possível "vai e volta" do texto. "O acordo é muito vantajoso para os dois blocos. A agricultura da Europa não cresce há muitos anos. Eles vão ser cada vez menos competitivos em comparação ao Brasil e isso assusta o produtor europeu", afirmou em entrevista ao Fórum Valor Reconstrução Sustentável nesta terça-feira, 29.

Em agosto, a chanceler alemã, Angela Merkel, chegou a dizer ter "sérias dúvidas" sobre a efetivação do acordo entre os dois blocos, por causa da Amazônia. Sobre a pressão exercida pelo mercado externo diante das questões ambientais brasileiras, a ministra afirmou: "Um país gigante como o nosso é muito difícil você dizer que vai resolver isso em um curtíssimo prazo, são diversas variáveis", pontuou, destacando, por exemplo, o uso de queimadas por produtores.

Tereza Cristina disse que, do seu ponto de vista, o ponto mais sensível não são as críticas dos Estados europeus, mas possíveis impactos nas vendas. "Minha preocupação é que essa propaganda negativa não atinja de maneira devastadora os consumidores", completou.

A ministra criticou ainda políticas ambientais do continente. "A Europa hoje tem uma matriz energética que vem do carvão, do petróleo. Eu sei que eles estão trabalhando nisso, mas a nossa matriz energética é muito mais limpa", disse, destacando que as cidades e não o campo são os principais problemas. Segundo ela, a agricultura mundial impacta apenas cerca de 20% no problema de emissão de gases de efeito estufa.