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PMI composto do Brasil desacelera a 53,5 em dezembro, após 53,8 em novembro

Thaís Barcellos

São Paulo

06/01/2021 10h43

O Índice de Gerente de Compras (PMI, na sigla em inglês) Composto do Brasil desacelerou marginalmente em dezembro ante novembro, de 53,8 para 53,5, mantendo-se acima da marca de 50, que aponta expansão da atividade, informou a IHS Markit nesta quarta-feira, 6. O resultado foi obtido com o avanço do PMI de serviços, de 50,9 para 51,1, enquanto o industrial, divulgado no dia 1º, recuou de 64,0 para 61,5 entre os dois meses.

No setor de serviços, a IHS Markit reportou que o crescimento foi generalizado entre os cinco subsetores monitorados, liderados por Transporte e Armazenamento. Os empresários consultados associaram o aumento leve na produção à melhora das perspectivas, com condições mais favoráveis da demanda, reabertura de estabelecimentos e notícias positivas sobre a vacina contra a covid-19.

"As empresas brasileiras de serviços estão cada vez mais confiantes em um aumento da produção em 2021, com o nível de sentimento positivo superando os dados de novembro. Evidências sugerem que os desenvolvimentos relativos à vacina foram o fator decisivo para fomentar o otimismo em dezembro", diz a nota.

Segundo a IHS Markit, o volume de novos pedidos no setor de serviços aumentou pelo quinto mês consecutivo em dezembro, com ritmo mais acelerado ante novembro. Quatro das cinco áreas apresentaram expansão. A exceção foi o setor de Finanças e Seguros, que registrou estabilidade. Já os novos negócios para exportação cresceram pelo segundo mês consecutivo, mostrando a taxa mais elevada em dois anos.

Apesar disso, os dados de dezembro ainda indicam excedente de capacidade nas empresas de serviços, conforme a IHS Markit. Houve também redução de postos de trabalho, justificada pelos empresários por esforços de redução de despesas e aumento de casos de covid-19. Em novembro, o índice de emprego havia subido após nove meses de demissões. Os participantes ainda relataram alta do preço de insumos, com o dólar alto e a escassez de produtos, e algumas empresas informaram que repassaram o custo aos clientes.

"Embora os dados mais recentes tenham trazido alguma certeza de que a economia de serviços continuará demonstrando resiliência frente à pandemia, a sustentabilidade da recuperação entra em cena quando observamos os dados de emprego e as evidências dos participantes da pesquisa. O aumento do número de infecções antes da distribuição em larga escala das vacinas pode trazer novas restrições e atrasar a recuperação", alerta a Diretora Associada Econômica da IHS Markit, Pollyanna de Lima.