Episódio com ações como GameStop lança foco sobre pagamentos pelo fluxo de ordens
A prática, na qual companhias de operações de alta velocidade pagam corretoras pelo direito de executar ordens submetidas por pequenos investidores, há tempos é alvo de controvérsia. Alguns dizem que isso gera incentivo em demasia para corretoras e as encoraja a maximizar sua receita às custas de seus clientes.
Já os defensores, incluindo muitas corretoras e companhias de trading, dizem que há uma incompreensão sobre o modelo e que ele ajuda a garantir que os investidores consigam realizar operações contínuas, com bons preços.
De qualquer modo, há um grande dinheiro movimentado nessas operações. No ano passado, corretoras como Charles Schwab, TD Ameritrade, Robinhood Markets e E*Trade coletaram quase US$ 2,6 bilhões em pagamentos para ordens por ações e opções, segundo análise da JMP Securities.
As maiores fontes de pagamentos são companhias de operações eletrônicas, como Citadel Securities, Susquehanna International Group e Virtu Financial.
Os pagamentos pelo fluxo de ordens ajudaram a abrir caminho para as operações frenéticas com o papel da GameStop, em semanas recentes.
O pagamento por fluxo possibilitou que o setor de corretoras dos EUA mudasse para um sistema de comissão zero no fim de 2019. Sem precisar ter de pagar uma taxa por cada transação acionária e com acesso a aplicativos fáceis como Robinhood, investidores individuais recorreram a ações e opções em nível recorde no ano passado.
O pagamento pelo fluxo de ordens devem estar em pauta durante a audiência do dia 18 no Comitê de Serviços Financeiros da Câmara dos Representantes, que tratará do episódio da GameStop. Membro do comitê, o deputado democrata Al Green questionou em entrevista se o modelo "cria algum conflito de interesses inerente".
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