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Produção, vendas internas e demanda de produtos químicos crescem em janeiro

Wagner Gomes

São Paulo

01/03/2021 11h11

Os principais índices que medem o desempenho dos produtos químicos de uso industrial tiveram em janeiro de 2021 resultados positivos na comparação com o mesmo mês do ano passado. A produção teve crescimento de 8,08%, as vendas internas tiveram elevação de 6,7% e o consumo aparente nacional (CAN), resultado da soma da produção mais importação excetuando-se as exportações, cresceu 8,8%, segundo levantamento da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim).

Já a utilização da capacidade instalada foi de 76%, dois pontos acima do registrado em janeiro de 2020.

No período de 12 meses, de fevereiro de 2020 a janeiro de 2021, na comparação com os 12 meses anteriores, a produção teve crescimento de 1,25%, as vendas internas subiram 1,97% e o CAN teve crescimento de 12,4%.

Segundo a Abiquim, apesar de serem números positivos, que indicam melhora na produção e principalmente na demanda por produtos químicos, eles também evidenciam a falta de competitividade da indústria nacional, representada pela elevada penetração do produto importado, que corresponde a 46% do CAN. As importações pesavam 7% do CAN em 1990 e praticamente todo o crescimento da demanda que ocorreu no País de 1990 até hoje foi absorvido por elevação das importações, de acordo com a entidade.

Segundo a diretora de Economia e Estatística da Abiquim, Fátima Giovanna Coviello Ferreira, é fundamental encaminhar importantes reformas estruturais ainda no primeiro semestre do ano, como a administrativa e a tributária, e atacar questões relacionadas à logística e à infraestrutura para reduzir o Custo Brasil e eliminar os principais entraves que afetam a competitividade das empresas com produção local.

"Além disso, o setor espera que a prometida isenção de impostos federais sobre o diesel e o gás de cozinha não prejudique ainda mais a indústria química com a eliminação do Regime Especial da Indústria Química (REIQ), que desonera de PIS/Cofins a compra de matérias-primas do setor químico, atenuando parcialmente os efeitos danosos dos elevados custos de se produzir no País", afirma em nota.

A Abiquim explica que a característica da indústria química nacional é ser "tomadora" e não "formadora" de preços, e em janeiro, o Real se desvalorizou 5,37%, em relação ao dólar e os preços do petróleo Brent e da nafta petroquímica no mercado internacional, convertidos para reais, tiveram aumentos de 20,58% e de 14,90%, respectivamente, na comparação com dezembro, pressionando os custos de produção e preços tanto no mercado internacional quanto no Brasil.

O efeito combinado desses fatores está refletido no índice de preços praticado no mercado interno, que teve alta de 6,68% em janeiro de 2021 e no preço médio das importações totais dos produtos avaliados no Relatório de Acompanhamento Conjuntural (RAC) da Abiquim, que subiu 39,8% sobre janeiro de 2020 (preço médio em dólares convertido em reais).