Índice nacional de confiança tem pior registro desde início da pandemia, diz ACSP
O INC mede a confiança e a segurança do brasileiro em relação à sua situação financeira e indica a percepção da população sobre a economia. Além disso, também visa a prever o comportamento do consumidor no mercado. A variação do indicador é de 0 a 200 pontos. Os pesquisadores ouviram neste mês 1.500 pessoas de todas as regiões do País.
Na avaliação da associação, o agravamento das crises econômica e sanitária provocadas pelo avanço das novas variantes do novo coronavírus, o fim do auxílio emergencial e as implementações das medidas restritivas são os fatores que influenciaram nesta queda de confiança. "Só a vacinação em massa e o retorno gradativo ao trabalho da população poderá reverter este quadro", afirma Marcel Solimeo, economista da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). "Hoje, a tendência é de piora da confiança do consumidor para os próximos meses", analisa.
Em janeiro do ano passado, período antes da pandemia, a confiança estava em 100 pontos. "À medida que as restrições chegavam, a confiança diminuía, mas nada que causasse um grande pessimismo no consumidor", aponta Solimeo.
De acordo com a pesquisa, o Nordeste é a região que agrega os consumidores mais pessimistas do Brasil. Em março, o INC registrou 69 pontos na região. Na contramão, o Norte foi a única em que a confiança teve saldo positivo e subiu um ponto de um mês para outro, de 91 para 92 pontos - ainda abaixo do nível de 100, ou seja, no campo pessimista também.
De acordo com a pesquisa, 54% dos consumidores entrevistados enxergam que sua situação financeira está ruim ou péssima, 6% a mais que em fevereiro. Do número total, apenas 25% dos brasileiros se veem bem financeiramente, 4% a menos que no mês passado. Do total, 61% acham que o Brasil está caminhando para a direção errada.
Emprego
Dos entrevistados, 65% perderam o emprego ou conhecem alguém que ficou desempregado nos últimos seis meses e 49% acham que há grandes chances de isso acontecer daqui para frente, por causa da economia. Seguindo a tendência, 72% acreditam que o desemprego vai aumentar no Brasil a partir de agora.
"Estamos alertando há algum tempo que os empresários não terão condições de segurar os empregos dos trabalhadores, se não houver contrapartidas do poder público como a redução de alguns impostos e o aumento de prazo para pagamento de outros, além de acesso facilitado a crédito com juros baixos", enfatiza Solimeo.
Consumo
Diante do pessimismo do cenário nacional, a pesquisa mostrou que os brasileiros também estão menos dispostos a gastar neste momento. De acordo com Solimeo, a falta de dinheiro ocasionada pela ausência do auxílio emergencial e o fechamento dos postos de trabalho por causa da crise econômica influenciaram diretamente na confiança do consumidor brasileiro.
Atualmente, apenas 22% dos entrevistados se sentem mais confiantes em investir parte de suas economias em bens de grande valor, como carro ou casa. No mês passado, 27% diziam estar com esta confiança. "Acabou a reserva", diz Solimeo. "Quem comprou, comprou", avalia.
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