Secretário de Guedes questiona se este é o momento de fazer o Censo presencial
"Sou muito transparente: será que está no momento de fazer o Censo? Não sei. Está perigoso. É claro que quem manda nisso é o Ministério da Saúde. Agora, será que está no momento de mandar 5 mil pessoas de casa em casa no Brasil para fazer entrevista? Eu, honestamente, tenho certo receio com isso. Agora, o Censo é fundamental. Ele vai acontecer, é só uma questão de endereçar corretamente esse assunto, e claro, dentro das restrições políticas, econômicas e de saúde pública", disse Sachsida durante live promovida por alunos da Fundação Getulio Vargas (FGV).
Durante a tramitação do Orçamento, o relator, senador Marcio Bittar (MDB-AC), retirou uma previsão de cerca de R$ 2 bilhões para a realização do Censo este ano e redistribuiu a emendas parlamentares. No momento da sanção, o presidente Jair Bolsonaro vetou outros R$ 17 milhões que poderiam ser usados na preparação da pesquisa para 2022. Esse corte pode levar a um adiamento ainda maior do Censo, para 2023. A previsão original era realizá-lo em 2020.
Sobre a decisão do relator, Sachsida lembrou que o Orçamento enviado pela equipe econômica mantinha a previsão para a realização do Censo, mas é preciso "respeitar decisões de política". "Ocorreu uma decisão política, com apoio do Congresso Nacional, em que se optou por outro uso", disse.
Em relação ao perigo sanitário de realização do Censo, o secretário destacou que há um risco de mutação do vírus na Índia, a exemplo do que foi visto no Brasil. Ele não deixou claro se esse fator gera no governo receio de novo agravamento na pandemia no País.
"Você vê na Índia, por exemplo, está tendo mais de 300 mil casos por dia. Tem um risco de ter mutação lá. Vamos aprender com o que aconteceu aqui. Quando você pega dados, em novembro do ano passado estavam morrendo 300 brasileiros por dia. Em abril deste ano, estavam morrendo 4 mil. Esta pandemia é algo sério, nós temos também de tomar os devidos cuidados", disse.
O secretário, porém, demonstrou confiança de que o Censo "será resolvido de maneira adequada". "Se não acontecer agora, vai acontecer ano que vem", disse.
Shutdown
Sachsida ainda reconheceu que, com um nível baixo de despesas discricionárias, o governo deve enfrentar "um ano difícil", mas afastou o risco de um "apagão" na máquina pública. "Nem oito, nem oitenta", disse.
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