Guedes reclama de excessos: 'ninguém chama presidente da Argentina de genocida'
O ministro da Economia, Paulo Guedes, repetiu que a democracia brasileira é resiliente, mas argumentou que por vezes há excessos dos agentes e que não é normal chamar o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) de genocida.
"Tem gente morrendo na Argentina aqui do lado, muito mais, e ninguém chama o presidente da Argentina de genocida. Então, às vezes, há excesso de alguns atores, mas as instituições continuam avançando. A mídia está revendo as críticas que faz, as construtivas e as destrutivas. O Executivo também, quando algum ator comete um excesso tem de reavaliar", afirmou, também citando excessos eventuais do STF (Supremo Tribunal Federal) e do Congresso.
Não é verdade que morreram mais pessoas de covid na Argentina. O país registrou 108.388 mortes desde o início da pandemia, enquanto o Brasil registrou 566.013 mortes.
Guedes argumentou que a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) era considerada terrorista e de extrema-esquerda pelo regime militar. "Ora, foi presidente, fez o trabalho dela com muita dignidade. A extrema-esquerda entre aspas já foi testada de um lado, agora a extrema-direita está sendo testada. Há muito barulho. Prefiro o barulho da democracia versus o silêncio da ditadura."
Segundo o ministro, o problema é o desrespeito. "Quando um desrespeita o outro, o outro devolver e entramos em uma escalada." Guedes afirmou que quem foi o eleito tem o direito de cumprir o mandato se "jogar dentro das quatro linhas da Constituição" - repetindo expressão usada por Bolsonaro.
"Estou muito confiante que a nossa democracia é resiliente. Falta um ano para as eleições. Apesar desse nervosismo todo vamos chegar lá."
Guedes participa nesta quinta-feira de audiência na Comissão de Educação da Câmara, onde presta esclarecimentos sobre a falta de destinação de recursos para a Lei 14172/21, que garante o acesso à internet, com fins educacionais, a alunos e a professores da educação básica pública.
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