Congresso quer aval rápido a acordo para pagamento de precatórios
Com pressa, o presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-AL), quer concluir a votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que regulamenta o pagamento de precatórios no prazo de 15 a 20 dias. Já no Senado, o presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), estima mais um prazo entre duas e três semanas para concluir a votação. No entanto, parlamentares reclamavam que nenhum texto foi apresentado ainda.
A ideia é aproveitar a PEC sobre o mesmo tema enviada pelo governo e que já tramita na Câmara. Ela foi aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) na semana passada. Apesar da falta do texto, fontes informaram que a reação à proposta teria sido positiva durante reunião com deputados realizada após o anúncio do acordo por Pacheco e Lira e o ministro da Economia, Paulo Guedes. No Senado, a reunião de Pacheco com os líderes para apresentar os termos do acordo deverá ocorrer amanhã.
A busca do acordo serviu para tirar da geladeira do Senado o projeto de lei que altera o Imposto de Renda. O presidente da Comissão de Assuntos Econômicos da Casa, senador Otto Alencar (PSD-BA), finalmente indicou o relator: o senador Ângelo Coronel (PSD-BA). Do partido de Gilberto Kassab, ele não é 100% alinhado ao governo, como desejavam Guedes e Lira, mas também não pode ser apontado como oposição.
"É um alento constatar que o Senado está debatendo a reforma sem sofreguidão, passando pelas comissões temáticas, onde certamente haverá o necessário amadurecimento da matéria", disse o tributarista Luiz Bichara, que se ressente do atropelo da votação do projeto na Câmara.
A pressa na tramitação de ambas as propostas se justifica porque as duas são necessárias para garantir o espaço no Orçamento e a fonte de financiamento do novo programa social do governo, o Auxílio Brasil. Deputados e senadores também querem garantir emendas parlamentares, sobretudo as de relator, conhecidas como RP9, e que são a base do orçamento secreto revelado pelo Estadão.
Risco fiscal
Em nota técnica preparada a pedido do relator do Orçamento de 2022, deputado Hugo Leal (PSD-RJ), consultores da Câmara mostram que é possível ampliar o espaço fiscal em pelo menos R$ 21,1 bilhões com três medidas para garantir o Auxílio Brasil, e sem furar o teto de gastos.
"O simples adiamento do pagamento de precatórios com geração de vultosos passivos não pode ser considerado como uma boa solução. Qualquer flexibilização do teto requer cuidados com o risco fiscal subjacente", disse Ricardo Volpe, um dos seis consultores que assinam a nota técnica.
Os consultores calculam que é possível também obter uma economia de R$ 1,52 bilhão em 2022 com a alteração do indexador dos precatórios. Hoje, a correção é feita pelo IPCA mais 6%, mas esse índice seria substituído pela taxa Selic (atualmente em 5,25% ao ano). A avaliação dos consultores é de que o indexador atual onera a União, superando inclusive a rentabilidade dos títulos do governo federal indexados ao IPCA.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.