Guedes diz que questão da inflação está 'endereçada'
O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse hoje que a questão da inflação já está "endereçada". Hoje, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou que o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) acumulado em 12 meses atingiu 10,25%.
Segundo Guedes, em um contexto de aceleração global da inflação, é "natural" que, num País onde os preços já costumam ter variação ao redor de 4%, o índice acabe subindo para algo "ao redor de 9%".
Para argumentar isso, ele citou que nos Estados Unidos, onde a inflação costuma ser próxima de zero, a variação de preços beira os 5%.
O ministro citou a aprovação da autonomia formal do Banco Central como medida essencial para conter a alta de preços.
No mais recente ciclo de alta de juros, o Copom (Comitê de Política Monetária) levou a taxa básica de juros da mínima histórica de 2% para os atuais 6,25% ao ano.
"Vemos muitas reeleições em cima de exploração de ciclos econômicos, por meio do Banco Central. Nós fizemos a despolitização do Banco Central", disse Guedes, participante hoje de evento promovido pelo Itaú.
NDB
O ministro da Economia afirmou também que tem necessidade de aumentar a participação brasileira no NDB (New Development Bank) para fazer frente a empréstimos para um programa de "crescimento verde" a ser anunciado durante a COP-26 (Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, mas que encontra dificuldades por conta do teto de gastos. A conferência ocorrerá em novembro em Glasgow, na Escócia.
"Não posso transferir US$ 1 bilhão de um banco em Nova York para aumentar o capital do NBD. É uma conta financeira, só precisaria mudar de uma conta de um banco para o outro. Não posso fazer isso porque romperia o teto no Brasil. É patético", afirmou Guedes.
Em um segundo momento, o ministro disse que seriam necessários "US$ 2 ou US$ 3 bilhões" para a capitalização do chamado Banco dos Brics.
Guedes voltou a dizer que anunciará um programa de US$ 2,5 bilhões na COP-26 para a economia verde.
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