BCE: é muito improvável que condições para alta de juros sejam atingidas em 2022
No entanto, ela ponderou que as expectativas de inflação subiram e agora estão em linha com a meta, enquanto há riscos de alta concentrados na oferta e em mudanças estruturais da economia global após a crise da covid-19.
Durante evento virtual organizado pelo Goldman Sachs, Schnabel reforçou que deve-se evitar um aperto prematuro da política monetária por pressões transitórias na inflação. Ainda num tom positivo, Schnabel destacou que não é possível ver atualmente pressão disseminada nos salários que poderia sustentar uma inflação alta.
Diante desse cenário, para o BCE, a política monetária deve se deslocar de compras de ativos, estratégia utilizada durante a crise gerada pela pandemia, a outros instrumentos. Schnabel não especificou quais seriam os instrumentos.
Schnabel ainda destacou que os temores por um novo cenário de estagflação, como ocorreu na década de 1970, são infundados, já que a perspectiva de crescimento segue robusta e a economia global está mais bem posicionada para lidar com choques nos preços de energia.
Para a membro do BCE, a reflação, e não estagflação, continua sendo o tema definidor dos tempos atuais. "Significa estar atento aos riscos ascendentes para a inflação que os mercados financeiros atualmente antecipam e reter a opcionalidade para poder agir se necessário, de forma a manter a confiança na nossa determinação em defender a estabilidade de preços", afirmou.
Já os gargalos no fornecimento, segundo análise de Schnabel, seguraram a produção, mas não estão diminuindo o potencial de crescimento na zona do euro. "Os dados recebidos nas últimas semanas, no entanto, sugerem que a atividade econômica a nível global e local começou a moderar. Isso não foi uma surpresa. Dado o ritmo excepcional de expansão durante o verão, era de esperar uma moderação. Mesmo uma desaceleração visível ainda deixaria o crescimento em níveis historicamente altos", completou.
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