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Projeção para IPCA 2021 no cenário básico está em 10,2%, diz ata do Copom

A ata do último encontro do Copom do Banco Central indicou que a projeção para o IPCA de 2021 no cenário básico está em 10,2% - Getty Images
A ata do último encontro do Copom do Banco Central indicou que a projeção para o IPCA de 2021 no cenário básico está em 10,2% Imagem: Getty Images

Thaís Barcellos e Eduardo Rodrigues

Brasília

14/12/2021 09h01Atualizada em 14/12/2021 09h46

A ata do último encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, divulgada nesta terça-feira, 14, indicou que a projeção para o IPCA de 2021 no cenário básico está em 10,2%. Este cenário pressupõe a taxa de juros variando conforme a pesquisa Focus e o câmbio partindo de R$ 5,65 e evoluindo conforme a Paridade do Poder de Compra (PPC). Para 2022, a projeção está em 4,7% e, para 2023, em 3,2%.

Essas estimativas já constaram no comunicado da semana passada, quando o Copom aumentou a Selic (a taxa básica de juros) em 1,50 ponto porcentual, para 9,25% ao ano.

No comunicado, o BC também indicou a intenção de novo aumento de mesma magnitude (1,5 p.p.) da taxa Selic no encontro de fevereiro, mas afirmou que os "passos futuros da política monetária poderão ser ajustados para assegurar a convergência da inflação para suas metas".

Para o cálculo das projeções, o BC utilizou taxa de câmbio partindo de R$ 5,65, que é a média da taxa de câmbio observada nos cinco dias úteis encerrados no dia 3 de dezembro.

Na ata da reunião anterior, de 26 e 27 de outubro, as projeções de inflação no cenário básico eram de 9,5% para 2021, 4,1% para 2022 e 3,1% para 2023.

A ata reconhece que a inflação segue elevada, disseminada e mais persistente. "A inflação ao consumidor segue elevada, com alta disseminada entre vários componentes, e tem se mostrado mais persistente que o antecipado. A alta nos preços dos bens industriais ainda não arrefeceu e deve persistir no curto prazo, enquanto a inflação de serviços acelerou, refletindo a gradual normalização da atividade no setor, dinâmica que já era esperada", destacou o documento.

O Copom reconheceu que as "leituras recentes" de inflação vieram acima do esperado, sendo que essa surpresa inflacionária ocorreu tanto nos componentes mais voláteis como nos mais associados à inflação subjacente. A avaliação não considera o IPCA de novembro, que veio abaixo do esperado, mas cujo resultado foi divulgado apenas após a reunião do colegiado.

"Prospectivamente, a queda significativa dos preços internacionais de commodities energéticas, que têm exibido volatilidade substancial, limitou a revisão para cima das projeções de curto prazo", adicionou a ata.