Guedes: Processo de acesso à OCDE é reconhecimento de que somos grande País
O ministro também afirmou que o Brasil é o único país a participar dessas três entidades simultaneamente. "(O Brasil) É o único. Somos um País multicultural, com a maior democracia do Ocidente, que está entre as 10 maiores economias de mercado, maior potência verde do mundo e também uma potencia digital", citou mencionando mais uma vez o prêmio de governo mais digitalizado das Américas, "à frente de EUA e Canadá".
Ao final do pronunciamento - os jornalistas não puderam fazer perguntas -, Guedes fez uma pequena menção sobre o Mercosul, dizendo que o bloco nos últimos anos foi "arrefecendo" e "descendo".
O ministro enfatizou também que "mais de um terço dos requisitos legais (exigidos pela OCDE) foram atendidos por este governo". A entidade exige o alinhamento a 215 instrumentos e o Brasil já aderiu a 103 deles, 37 no governo Bolsonaro. "Estamos há mais de 30 anos tentando esse acesso e apenas neste governo fizemos um terço do que temos, sabendo-se que há dois estamos em pandemia", afirmou. Na realidade, o Brasil solicitou a entrada na OCDE em 2017, durante o governo de Michel Temer.
Guedes comentou que se encontrou algumas vezes com o novo secretário-geral da OCDE, Matheus Cormann. A última delas foi em Roma, durante a reunião do G20, ao lado do presidente Jair Bolsonaro, mas citou também que se reuniu com o australiano em Washington. Cormann, segundo o ministro, teria dito sobre a importância do Brasil para a OCDE, principalmente em relação à questão ambiental.
Mais uma vez, Guedes descreveu o encontro dizendo que afirmou ao secretário-geral que gostaria de ver esse reconhecimento em forma de adesão do Brasil à OCDE. "Disse que sabia que éramos importantes, mas que queríamos esse reconhecimento", pontuou. O ministro também repetiu o relato sobre um encontro e um telefonema com a secretária do Tesouro americano, Jannet Yellen. "Yellen pediu ajuda do Brasil para aprovação do acordo global de tributação, e demos."
Nesta terça-feira, 25, OCDE aprovou a abertura do processo de acessão à entidade que fica em Paris a seis países: Brasil, Argentina, Peru, Croácia, Bulgária e Romênia. Com isso, os candidatos poderão começar oficialmente o processo de adesão, que costuma demorar de três a quatro anos. Há a expectativa, no entanto, de que os trâmites, no caso doméstico, serão mais céleres porque o Brasil é o mais avançado entre os postulantes - aderiu a 103 de 215 instrumentos da organização até o momento.
A aprovação do Projeto de Lei Cambial no fim do ano passado pelo Congresso pode ser vista como mais um avanço para o Brasil se adequar aos padrões internacionais indicados pela OCDE. O processo estava paralisado nos últimos anos por causa de um embate entre os Estados Unidos e a União Europeia. O bloco exigia que a cada novo membro do globo na organização, um país do continente também deveria ingressar na entidade. O então presidente Donald Trump, no entanto, torcia o nariz para um crescimento tão rápido da OCDE. Inicialmente, Trump tinha preferência pela Argentina, mas depois que um governo mais à esquerda ganhou a eleição no País vizinho, os EUA passaram a apoiar o Brasil.
Ao contrário de outras entidades multilaterais, a OCDE não é conhecida por ações financeiras, como o Fundo Monetário Internacional (FMI). A entidade é uma referência para padrões internacionais, principalmente nas áreas de economia e educação.
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