'Queremos lançar o 5G de forma ampla em junho', diz Alberto Griselli da TIM
Em sua primeira entrevista no cargo, Griselli diz que a marca da sua gestão será a da continuidade ao plano estratégico traçado na gestão anterior e enfatiza que "não há plano de venda da TIM Brasil". "Na verdade, estamos na contramão, participando da consolidação do setor", afirma ao Estadão/Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.
Confira, a seguir, os principais trechos da entrevista:
O que muda na TIM sob seu comando?
Temos um plano robusto em andamento e já avançamos muito. O objetivo é tornar a TIM Brasil a melhor operadora de telecomunicações ao longo do nosso plano de três anos. Isso significa ganhar a liderança em aspectos muito importantes. Um deles é o serviço ao cliente, que envolve a qualidade da rede e o atendimento. Outro é sermos reconhecidos como a marca preferida no setor. E o terceiro é atingir a liderança na temática ESG (ambiental, social e governança, na sigla em inglês).
Surgiram recentemente notícias sobre a possibilidade de venda da TIM Brasil. A empresa está à venda?
Não. Inclusive, o Pietro (Labriola) já deixou bem claro nas suas declarações como CEO do grupo que a TIM Brasil não está à venda. Na verdade, estamos na contramão, participando da consolidação do setor.
O que faz a TIM crescer hoje e como acelerar para o futuro?
O negócio principal é o serviço móvel. Aí o crescimento é moderado, de um dígito médio, por se tratar de um setor maduro. Nossa diferenciação é a mudança da estratégia de volume para valor, focando na qualidade do serviço e na rentabilização da base de consumidores. O segundo negócio é a banda larga, que, para nós, ainda é uma componente pequena na receita, mas crescendo numa velocidade maior, de 15%. O terceiro elemento é a plataforma de clientes. Entram aí acordos com empresas digitais com alto potencial de crescimento. Oferecemos nossa marca, base de clientes e canais comerciais para acelerar o crescimento dessas empresas. Em troca, nosso cliente ganha um portfólio mais rico, com oferta de serviços financeiros e educação, por exemplo, onde já fechamos parcerias. E temos uma remuneração na forma de comissão de vendas e equity (participação no capital da parceira). A receita com isso era zero anos atrás e já chegou a R$ 100 milhões.
Como está a instalação das redes 5G? A determinação da Anatel é de ativação do sinal nas capitais até julho.
O regulador foi firme em estabelecer um mecanismo de licitação que prioriza os investimentos e a popularização do serviço. Estamos trabalhando com esse timeline, que depende de liberação das frequências (faixa de 3,5 Ghz, que depende de limpeza para evitar interferências). Estamos trabalhando para lançar comercialmente de forma ampla de junho para frente.
Onde o 5G deve aparecer primeiro?
Há parcerias comerciais em andamento que permitirão a digitalização de processos produtivos e novas soluções. Há parceria com Stellantis (montadora resultante da fusão entre Fiat Chrysler e o Grupo PSA) e Enel (distribuidora de energia). Tem outras chegando, como no setor de agronegócios. Vamos lançar novos cases até junho. E também queremos implementar o 5G em conjunto com eventos ligados ao consumidor, como Rock In Rio e Noites Cariocas (patrocinados pelas teles). Aí queremos mostrar ao público todas as potencialidades do 5G. Isso depende também do nível de penetração dos celulares no mercado brasileiro, que está em 2% no caso do 5G.
Qual a expectativa para o fechamento da venda da Oi para TIM, Vivo e Claro?
Faltam passos societários e operacionais. Há passos a serem respeitados, e não dependem só de nós. Somos quatro. Entre abril e maio o cliente da Oi será cliente da TIM.
Quais as sinergias esperadas com a incorporação das redes, clientes e licenças da Oi Móvel?
As mais importantes são de natureza técnica. A TIM é quem tem menos banda por cliente no mercado brasileiro. Com a entrada do espectro da Oi, daremos um pulo grande na qualidade do serviço. A segunda vantagem é receber um pedaço dos clientes, o que gera uma contribuição nos resultados. Daí o nosso crescimento da receita, que era de um dígito médio e vai passar a ser de dois dígitos.
Quais suas considerações sobre o Acordo em Controle de Concentrações (ACC), fechado entre TIM, Vivo, Claro e o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade)?
Foi justo. O acordo permite aos pequenos provedores terem acesso a ativos que ajudam o negócio deles e, ao mesmo tempo, não impactam as sinergias que buscávamos na operação.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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