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Banco Central prevê inflação em 7,1% para 2022, acima da meta pelo 2º ano

Banco Central diz que, em seu cenário de referência, a probabilidade de a inflação de 2022 ficar acima do teto da meta, de 5%, está em 97% - Vinícius de Oliveira/UOL
Banco Central diz que, em seu cenário de referência, a probabilidade de a inflação de 2022 ficar acima do teto da meta, de 5%, está em 97% Imagem: Vinícius de Oliveira/UOL

Eduardo Rodrigues e Célia Froufe

Brasília

24/03/2022 09h09Atualizada em 24/03/2022 10h07

O Banco Central (BC) manteve suas estimativas de inflação para anos de 2022 e 2023 no cenário de referência, que utiliza juros conforme o Relatório de Mercado Focus e câmbio atualizado de acordo com a Paridade do Poder de Compra (PPC). No documento divulgado nesta quinta-feira, 24, esse panorama foi chamado de "Cenário B" pela autoridade monetária.

Segundo o Relatório Trimestral de Inflação (RTI), este cenário indica um IPCA de 7,1% para este ano e 3,4% no próximo. Essas projeções constaram na ata e no comunicado do último encontro do Comitê de Política Monetária (Copom). No RTI, o BC ainda informou projeção de 2,4% para 2024, de 2,6% no documento de dezembro.

A estimativa para 2022 encontra-se muito acima da margem de tolerância da meta de 3,50% (com teto de 5,00%). Para 2023, a meta é de 3,25%, com margem de 1,5 ponto (taxa de 1,75% a 4,75%). Já para 2024, o objetivo é de 3,0%, com tolerância de 1,5% a 4,5%. A meta para 2025 ainda não foi definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).

No último relatório Focus, os economistas consultados semanalmente pelo BC projetaram alta de 6,59% no IPCA de 2022, de 3,75% em 2023, de 3,15% em 2024 e de 3,00% em 2025.

Petróleo

O Banco Central manteve suas estimativas de inflação para anos de 2022 e 2023 no cenário alternativo criado pelo Comitê de Política Monetária (Copom), que utiliza uma trajetória para os preços do barril de petróleo conforme estimativas de mercado, com queda ao longo de 2022. No documento de hoje, esse cenário - considerado de maior probabilidade pelo BC - foi chamado de "Cenário A" pela autoridade monetária. Nesta hipótese, a inflação projetada é menor que a do cenário de referência da instituição.

Segundo o RTI, este cenário alternativo indica um IPCA de 6,3% para este ano e 3,1% no próximo. Essas projeções constaram na ata e no comunicado do último encontro do Copom. No RTI, o BC ainda informou projeção de 2,3% para 2024.

Estouro do teto

O Banco Central informou ainda que, em seu cenário de referência, a probabilidade de a inflação de 2022 ficar acima do teto da meta, de 5,00%, está em 97% ante 41% do documento de três meses atrás.

Dada a disparada dos preços do petróleo no mercado internacional por causa da invasão da Ucrânia pela Rússia, a autoridade monetária divulgou hoje também um cenário alternativo para algumas de suas projeções, que leva em conta a trajetória de queda do preço da commodity ao longo de 2022. Não informou, no entanto, até onde essa redução pode chegar. Neste caso, a probabilidade de a inflação deste ano ficar acima do teto da meta também é elevada, de 88%. Já a probabilidade de a inflação ficar abaixo do piso da meta em 2022, de 2,00%, nula.

Para 2023, a probabilidade de estouro do teto de 4,75% da meta é de 12%, considerando a queda do preço do petróleo. Já a possibilidade de estouro do piso de 1,75% da meta é de 17%. Ainda levando em conta a trajetória descendente do valor da commodity, no caso de 2024, a chance de estouro do teto de 4,50% da meta é de 6%. Já a possibilidade de estouro do piso de 1,50% da meta é de 28%.

Inflação de curto prazo

O BC também divulgou, no RTI, suas projeções de inflação de curto prazo, que abarcam os meses de março a maio de 2022. A previsão da autoridade monetária para o IPCA - o índice oficial de inflação - para março é de alta de 1,02%. Já a projeção para abril é de elevação de 1,21% e, para maio, queda de 0,14%.