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Brandão: Houve aumento de importação e exportação para a Rússia em março

31 jan. 2021 - Grãos são carregados em navios para exportação em um porto do rio Paraná, perto de Rosário, Argentina - Marcos Brindicci/Reuters
31 jan. 2021 - Grãos são carregados em navios para exportação em um porto do rio Paraná, perto de Rosário, Argentina Imagem: Marcos Brindicci/Reuters

Lorenna Rodrigues

01/04/2022 17h34Atualizada em 01/04/2022 22h42

A invasão da Rússia pela Ucrânia teve reflexo no comércio brasileiro com os dois países. Enquanto para a Ucrânia houve uma forte interrupção no fluxo, para a Rússia os valores exportados e importados aumentaram fortemente por causa da alta no preço dos produtos comercializados.

De acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), em março, houve aumento de 54% no valor exportado para a Rússia - com a venda principalmente de soja, açúcar e café - e de 71% no importado - com a compra de adubos e fertilizantes, carvão e óleos combustíveis.

"Observamos queda acentuada no fluxo comercial para a Ucrânia em março. Já o aumento do comércio com a Rússia em março ocorre por alta em preços, há redução em quantidade nos totais importados de 9,6%", afirmou o subsecretário de Inteligência e Estatística de Comércio Exterior do Ministério da Economia, Herlon Brandão.

Para a Ucrânia, as vendas brasileiras caíram 59% em março, com a paralisação total de embarques de produtos como soja, enquanto as compras recuaram 49%.

Guerra

Herlon Brandão disse que o aumento expressivo nas projeções da pasta para o comércio exterior brasileiro se deve ao conflito no leste europeu, que impactou as expectativas de exportação, e na queda do dólar, que levou a uma previsão maior de importações.

"O conflito levou a um aumento na cotação de produtos e isso acaba gerando expectativa de alta no valor exportado", explicou.

Depois do superávit recorde registrado em março, a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério da Economia, aumentou a previsão para o saldo comercial em 2022. A previsão passou de US$ 79,4 bilhões no fim do ano para US$ 111,6 bilhões agora, o que seria um recorde histórico. Em 2021, o resultado foi positivo em US$ 61,4 bilhões, o maior já registrado anualmente até agora.

O órgão também ampliou a projeção para as exportações, passando de US$ 284,3 bilhões para US$ 348,8 bilhões neste mês. A estimativa para as importações neste ano cresceu de US$ 204,9 bilhões para US$ 237,2 bilhões.