Teto não assegura melhor qualidade de gastos, diz assessor econômico do Senado
A implementação do teto dos gastos - regra constitucional aprovada em 2016 - não trouxe junto uma melhora de qualidade das despesas públicas, observou hoje o assessor econômico do Senado, Leonardo Ribeiro. Durante participação em seminário sobre a eficiência dos gastos públicos, Ribeiro apontou o declínio acentuado dos investimentos públicos, como forma de acomodar o avanço de outras despesas nos últimos anos, para embasar o argumento de que as regras fiscais não são suficientes para assegurar a qualidade das despesas públicas.
Ele considerou que, apesar de reduzir os déficits fiscais nas contas primárias, o que se seguiu após a regra do teto foi "mais do mesmo", com contingenciamento de investimentos para compensar déficits da Previdência.
"O teto de gastos entrou para fazer o equilíbrio de contas, mas cadê a qualidade do gasto aqui? Não tem qualidade de gasto, o que tem é mais do mesmo, que é contingenciar investimento como se faz desde a implementação da Lei de Responsabilidade Fiscal", comentou Ribeiro.
Ao defender o procedimento de revisão periódica de gastos (spending reviews) como política de Estado, prevista na Constituição, de modo que a destinação e os resultados de políticas públicas sejam avaliados para a definição das prioridades, o assessor econômico frisou que o mundo fiscal não gira apenas em torno de regras.
"Padrões de governança são importantes, e aqui entram os spending reviews como modelo de gestão cuja base racional é a eficiência econômica. Estamos discutindo aqui a qualidade do gasto", afirmou o assessor durante o evento, promovido pelo Tribunal de Contas da União (TCU) em parceria com a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.