Oito dos 9 grupos pesquisados tiveram alta de preços no IPCA-15 de maio
A única deflação no IPCA-15 de maio foi registrada pelo grupo Habitação, de 3,85%, após elevação de 1,73% em abril. Esse movimento ajudou a aliviar a inflação geral em 0,62 ponto porcentual.
A taxa do IPCA-15 foi de 0,59% em maio, mas teria sido mais que o dobro disso, não fosse a contribuição da queda na conta de luz.
A energia elétrica recuou 14,09% em maio, devido à mudança na bandeira tarifária. A partir de 16 de abril, passou a vigorar a bandeira verde, em que não há cobrança adicional na conta de luz, em substituição à bandeira Escassez Hídrica, com acréscimo de R$ 14,20 a cada 100 kWh consumidos, em vigor desde setembro de 2021.
As variações na conta de luz em maio foram desde -17,62% em Curitiba até -2,18% em Fortaleza, onde houve reajuste nas tarifas em 22 de abril. Salvador e Recife também captaram impactos de reajustes tarifários locais.
Ainda em Habitação, houve aumento de 0,81% no gás encanado, em consequência do reajuste aplicado no Rio de Janeiro em 1º de maio. A taxa de água e esgoto subiu 0,55%, decorrente do reajuste em São Paulo em 10 de maio.
Alimentação e Bebidas
De acordo com o IBGE, os gastos das famílias com alimentação e bebidas passaram de uma alta de 2,25% em abril para um aumento de 1,52% em maio, no âmbito do IPCA-15.
O grupo Alimentação e Bebidas deu uma contribuição de 0,32 ponto porcentual para a taxa de 0,59% do IPCA-15 deste mês.
A alimentação no domicílio saiu de uma elevação de 3,00% em abril para um aumento de 1,71% em maio.
Os destaques foram o leite longa vida (7,99%, com impacto de 0,06 ponto porcentual) e a batata-inglesa (16,78% e 0,04 ponto porcentual). Houve altas ainda em outros alimentos importantes na cesta de consumo dos brasileiros, como a cebola (14,87%) e o pão francês (3,84%).
Por outro lado, ficaram mais baratos as frutas (-2,47%), tomate (-11%) e cenoura (-16,19%).
A alimentação fora do domicílio acelerou de uma alta de 0,28% em abril para um aumento de 1,02% em maio. A refeição fora de casa ficou 0,52% mais cara em maio, enquanto o lanche subiu 1,89%.
Transportes
As famílias brasileiras gastaram 1,80% mais com Transportes em maio, depois de uma alta de preços de 3,43% em abril, dentro do IPCA-15.
O grupo foi responsável por 0,40 ponto porcentual da taxa de 0,59% registrada pelo IPCA-15 neste mês. O resultado foi turbinado pelo encarecimento das passagens aéreas, mas também da gasolina e etanol.
As passagens aéreas ficaram 18,40% mais caras em maio, uma contribuição de 0,09 ponto porcentual para o IPCA-15.
Os combustíveis subiram 2,05%, depois de uma elevação de 7,54% no mês anterior. A gasolina aumentou 1,24% em maio, uma contribuição de 0,08 ponto porcentual para a inflação, enquanto o etanol subiu 7,79%, uma pressão de 0,07 ponto porcentual.
O seguro de veículo ficou 3,48% mais caro, acumulando uma alta de 18,24% neste ano.
Houve aumentos também no táxi (5,94%), por conta dos reajustes nas tarifas em São Paulo e em Fortaleza (12,95%); no metrô (2,17%), devido ao encarecimento da passagem no Rio de Janeiro; e no ônibus urbano (0,17%), com reajuste em Belém.
Saúde e Cuidados Pessoais
A alta de custos de Saúde e Cuidados Pessoais, grupo de maior variação em maio, resultou em uma contribuição de 0,27 ponto porcentual para o IPCA-15 do mês. O desempenho foi influenciado pela elevação nos preços dos produtos farmacêuticos (5,24%), após o reajuste de até 10,89% autorizado pelo governo, e dos itens de higiene pessoal (3,03%).
Os dois itens puxam a lista de maiores impactos sobre a inflação do mês: produtos farmacêuticos (com 0,17 ponto porcentual), higiene pessoal (0,11 ponto porcentual), passagem aérea (alta de 18,40% e impacto de 0,09 ponto porcentual), gasolina (alta de 1,24% e impacto de 0,08 ponto porcentual) e etanol (aumento de 7,79% e impacto de 0,07 ponto porcentual).
Regiões
O resultado geral do IPCA-15 em maio foi decorrente de aumentos de preços em todas as 11 regiões pesquisadas.
A taxa mais branda ocorreu em Curitiba (0,12%), enquanto a maior variação foi registrada em Fortaleza (1,29%).
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