Em nova ordem geopolítica, Brasil é 'próximo e confiável', avalia Guedes
Paulo Guedes disse que o País está dessincronizado do resto do mundo por já ter realizado uma série de reformas estruturais que outras economias ainda não promoveram. Por essa razão, disse, o País tende a voltar em posição favorável nesse novo momento pós-pandemia, em que investimentos e cadeias produtivas ainda se reorganizam.
"Toda vez que ouço que o Brasil não vai crescer, eu dou um sorriso. Eu digo que pode ter inflação, mas o crescimento vem aí. Enquanto isso, lá fora, não percorreram nem a metade do caminho (das reformas)", disse.
Segundo o ministro, há R$ 800 bilhões em investimentos em fluxo para o Brasil, entre fontes domésticas e internacionais. Ele, no entanto, considera essa conta conservadora. "Há trilhões de dólares que estão circulando pelo mundo e terão de se reposicionar. Alguns (bilhões) vão para o refinanciamento dos déficits dos governo de fora, mas muitos vão procurar um porto seguro e virão para o Brasil", disse Guedes.
Ele afirmou que, para isso se concretizar, há dois grandes requisitos. O primeiro é a proximidade física de outras economias centrais. "Não adianta ter semicondutores em Taiwan porque logisticamente estava muito longe", disse Guedes, para quem o Brasil está mais perto dos Estados Unidos e Europa do que outras economias emergentes.
O segundo requisito para atrair investimentos, disse, é ser confiável. "Não adianta só estar perto. A Rússia está bem perto da Europa, mas estamos vendo o choque. Tem que estar perto e ser confiável. E quem é o país amigo de todo mundo, que dança com todo mundo? Somos nós, amistosos, amigáveis e muito perto do Ocidente", continuou. Nesse contexto, disse Guedes, a Europa vai precisar do Brasil para garantir segurança energética e, os Estados Unidos e Ásia, por segurança alimentar
"O Brasil está super bem posicionado. Não acreditem em histórias que coloquem o Brasil para baixo. Não acreditem na rolagem da desgraça. As contas externas estão em ordem e as contas públicas estão equilibradas", disse o ministro a uma plateia majoritariamente composta por executivos, advogados e empresários.
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