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André Lara Resende, integrante da equipe que criou Plano Real, declara voto em Lula

André Lara Resende participa do programa Roda Viva - Reprodução/TV Cultura
André Lara Resende participa do programa Roda Viva Imagem: Reprodução/TV Cultura

Vinicius Neder

Rio

27/09/2022 13h02Atualizada em 27/09/2022 13h06

O economista André Lara Resende, integrante da equipe que criou o Plano Real, confirmou o apoio à candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com voto já no primeiro turno. O apoio será anunciado numa reunião de Lula com intelectuais, marcada para esta terça-feira. A informação foi revelada pelo jornal Folha de S.Paulo e confirmada, por Lara Resende, ao Estadão/Broadcast Político.

O economista tem ligações históricas com o PSDB e foi presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) durante o governo Fernando Henrique Cardoso. É tido como próximo ao candidato a vice na chapa de Lula, Geraldo Alckmin (PSB). Em recente visita de Lula à Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), o economista entrou acompanhando o ex-governador de São Paulo.

Apesar da ligação histórica com o PSDB, Lara Resende vem se destacando, nos últimos anos, por certo afastamento das posições dos economistas do partido, assumindo, em palestras e na produção acadêmica e teórica, posicionamentos críticos à linha mais ortodoxa da teoria econômica, especialmente no que se refere ao funcionamento da política monetária.

Na última década, as posições do economista também têm se debruçado sobre a preocupação com o desenvolvimento sustentável. Nas eleições de 2018, Lara Resende assessorou a campanha da então candidata da Rede Sustentabilidade à Presidência, Marina Silva.

Na campanha das eleições deste ano, o economista manteve encontros com colegas que participam da elaboração do programa econômico de Lula, reunidos sob coordenação do ex-ministro Aloizio Mercadante. Segundo Lara Resende, ele teve mais de um encontro com membros da equipe de Mercadante.

A apoio público de Lara Resende se soma a um movimento recente de adesões de nomes mais ao centro ou à direita do espectro político em torno da candidatura de Lula. É o caso do ex-presidente do Banco Central e ex-ministro da Fazenda no governo Michel Temer (MDB), Henrique Meirelles, e do embaixador e ex-ministro Rubens Ricupero, apoiador de Marina Silva - a própria ex-ministra anunciou o apoio recentemente a Lula, em gesto que superou o rompimento de anos atrás e as rusgas provocadas pela campanha presidencial de 2014.

Na semana passada, outros nomes ligados ao PSDB, como José Gregori, Sérgio Amaral e Miguel Reale Júnior declararam voto em Lula no primeiro turno, como estratégia para derrotar o presidente Jair Bolsonaro (PL). Em 2016, Reale Jr. foi um dos autores da peça de acusação que levou ao impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).