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França 'veta' leilão de porto de Santos e Tarcísio vai a Lula

O governador eleito de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), antes de sua diplomação - 19.dez.2022 - André Ribeiro/Futura Press/Estadão Conteúdo
O governador eleito de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), antes de sua diplomação Imagem: 19.dez.2022 - André Ribeiro/Futura Press/Estadão Conteúdo

André Borges

23/12/2022 07h01Atualizada em 23/12/2022 07h35

O governador eleito de São Paulo Tarcísio de Freitas vai propor uma conversa com o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva e o futuro ministro de Porto e Aeroportos, Márcio França, anunciado ontem, para tentar convencer a nova gestão federal de que é preciso avançar com o leilão do Porto de Santos, maior complexo portuário da América Latina.

Mais cedo, após ter sido nomeado, França afirmou que o porto de Santos, em São Paulo, não seria mais concedido à iniciativa privada. Ele disse que a decisão está tomada e que o governo vai manter a atual estrutura da autoridade portuária.

O plano de concessão, que estava previsto para os próximos meses, era aguardado como a segunda maior concessão do governo Bolsonaro, depois da oferta de ações da Eletrobras. A minuta do edital vem sendo analisada pelo Tribunal de Contas da União.

O Estadão apurou que essa deve ser uma das primeiras agendas de Tarcísio no início de seu mandato, para tentar dar andamento à privatização do porto, rota de entrada e saída de 29% de todas as transações comerciais do Brasil.

Questionado pelo Estadão, França foi taxativo. "Não será feito o leilão. A autoridade portuária vai continuar estatal. O que faremos são concessões de áreas dentro do porto, de terminais privados. Onde já foi feito, a gente respeita. Agora, há situações que não foram homologadas e que vão passar pelo crivo dos técnicos", disse. Segundo ele, foi solicitado um adiamento do processo para que o presidente possa "opinar."

Dentro do governo paulista, a aposta é que, com diálogo, seja possível reverter a posição de França. Segundo interlocutores, Tarcísio, que já foi ministro da Infraestrutura, acredita que, ao se aprofundar no assunto, o governo petista restará convencido de que a oferta do porto é o caminho para garantir os investimentos necessários para a expansão de uma estrutura já limitada.

Tarcísio tem sinalizado que vai buscar uma relação de parceria com o governo Lula. Procurado, ele não quis comentar.

O tema é de tal relevância para o novo governo paulista, que, segundo o Estadão apurou, Tarcísio já acionou Gilberto Kassab, que ocupará o cargo de Secretário de Governo, para falar com o futuro governo.

O que está em jogo é um leilão que previa investimentos de R$ 18,5 bilhões em melhorias, ampliação e manutenção. Outros R$ 2,9 bilhões seriam reservados para a construção de um túnel submerso para ligar Santos a Guarujá.