Renan Filho diz não ver dificuldade para formação de um quadro técnico
O futuro ministro dos Transportes disse que a pasta irá "priorizar" a retomada de investimentos e que a PEC da Transição resgatou a capacidade de o governo desembolsar no setor. "Há muito tempo o Brasil reduziu muito a sua capacidade de investimento e com a PEC recentemente aprovada o País resgata sua capacidade de investimento. Então de maneira ágil célere priorizando o mais importante para a retomada econômica e para a geração de emprego, nós vamos retomar os investimentos ampliando a capacidade de fazer o governo federal chegar em todas as partes do País", disse.
O ex-governador avaliou ainda que é preciso ter agilidade e interlocução com o Congresso. "O Brasil precisa investir mais. E o presidente Lula disse que quer fazer isso com qualidade de obras nas entregas, que quer estar presente, que ele quer correr o Brasil que ele gosta", afirmou. "Depois que melhorar as estradas que existem, vamos pensar em novas duplicações, novas ligações que facilitem o desenvolvimento regional. Não adianta falar em construir coisa nova com 66% das rodovias nacionais em estado ruim ou péssimo. Temos de fazer funcionar o que existe", disse.
Revisão de concessões
Indicado para ser o ministro dos Transportes a partir de janeiro, o ex-governador de Alagoas Renan Filho (MDB) afirmou há pouco que as concessões no setor precisarão ser "reestudadas", mas não revistas, uma vez que não é possível rever contratos já assinados.
"Precisamos rever o modelo para se fazer coisa melhor daqui para frente", disse Renan Filho, ressaltando, contudo, que "com certeza" rodovias continuarão sendo concedidas, mas eventualmente com novo modelo que rediscuta o papel dos recursos públicos e privados.
Como mostrou ontem o sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, o Broadcast, o governo de transição indicou a necessidade de o governo Lula 3 rever o formato de leilão de rodovias adotado na gestão Bolsonaro (PL). A equipe também acredita que Parcerias Público-Privadas (PPPs) poderão ser aplicadas no setor rodoviário - o que não acontece atualmente nas estradas federais, concedidas em formato "puro", sem dinheiro público.
O futuro ministro disse ainda que o marco legal das ferrovias, aprovado no ano passado, será "reequilibrado". A principal inovação da lei foi introduzir o modelo de autorizações ferroviárias, em que as empresas constroem traçados por conta e riscos próprios. O PT já sinalizou em outros momentos que é preciso aprimorar a regulamentação dessa modalidade, para garantir que as ferrovias saiam de fato do papel. "O Brasil é um país continental e as ferrovias são muito longas. Então o Brasil precisa ter um modelo diferente da Europa, onde as distâncias são muito menores", disse.
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