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Mercado aumenta previsão da inflação para 2023 de 5,23% para 5,31%

Sinalizações do novo governo, de expansão fiscal, aumentaram previsão do mercado para inflação em 2023 - Renan Rodrigues/A7 Press/Estadão Conteúdo
Sinalizações do novo governo, de expansão fiscal, aumentaram previsão do mercado para inflação em 2023 Imagem: Renan Rodrigues/A7 Press/Estadão Conteúdo

Thaís Barcellos

Brasília

02/01/2023 09h34

O cenário para a inflação neste e nos próximos anos continuou a se deteriorar no Boletim Focus diante das sinalizações do novo governo de expansão fiscal durante o mandato.

A projeção para o IPCA - índice de inflação oficial - de 2023 saltou de 5,23% para 5,31%, contra 5,08% há um mês.

Para 2024, horizonte que fica cada vez mais relevante para a estratégia de convergência à inflação do Banco Central (BC), a mediana também voltou a subir, de 3,60% para 3,65%, de 3,50% há quatro semanas.

A projeção para o IPCA de 2025 avançou pela quarta semana seguida, agora de 3,20% para 3,25%, de 3,00% quatro semanas antes.

No caso de 2022, por sua vez, a estimativa para a alta do IPCA voltou a arrefecer, de 5,64% para 5,62%, de 5,92% há um mês.

Considerando somente as 35 estimativas atualizadas nos últimos 5 dias úteis, a mediana para 2022 passou de 5,61% para 5,64%. Para 2023, subiu de 5,24% para 5,45%, considerando 35 atualizações no período.

As medianas na Focus para a inflação oficial em 2022 e 2023 estão bem acima do teto da meta referentes a esses horizontes (de 5,0% e 4,75%, nessa ordem), apontando para três anos de descumprimento do mandato principal do Banco Central. Para 2024 e 2025, os números indicados pelo Boletim Focus já estão acima do centro da meta de 3,00% (margem de 1,50% a 4,50%).

Atualmente, o foco da política monetária está nos anos de 2023 e de 2024. Mas o BC tem dado ênfase ao horizonte de seis trimestres à frente, atualmente o segundo trimestre de 2024.

No Copom de dezembro, o BC atualizou suas projeções para a inflação com estimativas de 6,0% em 2022, 5,0% em 2023 e 3,0% para 2024. O colegiado manteve a Selic em 13,75% ao ano pela terceira vez seguida.