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Bradesco pede ao TJ-SP acesso a e-mails de diretores das Americanas

Fachada de uma das unidades das Lojas americanas, no centro do Recife, capital pernambucana - JOSÉ MARCOS/ESTADÃO CONTEÚDO
Fachada de uma das unidades das Lojas americanas, no centro do Recife, capital pernambucana Imagem: JOSÉ MARCOS/ESTADÃO CONTEÚDO

Matheus Piovesana*

08/02/2023 07h02Atualizada em 08/02/2023 14h24

Ao alegar que os e-mails de atuais e antigos executivos e conselheiros das Americanas estão armazenados em servidores de nuvem mantidos pela Microsoft, a defesa do Bradesco pediu ao Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) que determine que a empresa de tecnologia apresente cópias das mensagens eletrônicas.

A Justiça do Rio de Janeiro, foro em que está a sede das Americanas, se recusou a cumprir na sede da companhia um mandado de busca e apreensão expedido pelo tribunal paulista. "Nessa senda, muito embora a sede estatutária da Americanas, como sabido, fique na capital do Estado do Rio de Janeiro, (..), é fato sabido que os e-mails institucionais da companhia ficam armazenados também nos servidores de nuvem cuja manutenção, em tese, cumpre à Microsoft do Brasil", diz a peça.

A defesa do banco, feita pelo escritório Warde, pede que o TJ paulista envie ofício para que a Microsoft deposite os dados em juízo ou permita que a Kroll, empresa escalada para a perícia, retire cópias de todos os e-mails que fazem parte do escopo da produção de provas.

Os advogados do Bradesco pedem acesso aos e-mails de conselheiros e diretores da companhia, atuais ou que ocuparam cargos ao longo dos últimos dez anos. A defesa da instituição financeira tem como objetivo encontrar responsáveis pelo rombo contábil, em linha com a pretensão dos bancos de responsabilizar os maiores acionistas, Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, pelo problema, classificado nas peças como "fraude".

Os advogados solicitam ainda que a Price waterhouse CooperS e a KPMG, que auditaram os balanços das Americanas nos últimos dez anos, preservem correspondências físicas e eletrônicas relacionadas a essas atividades, para a utilização durante a perícia.

Na recuperação judicial, as Americanas dizem ter dívida de R$ 43 bilhões. Em fato relevante em 11 de janeiro, a empresa informou ao mercado que havia encontrado um rombo de R$ 20 bilhões no caixa.

Liberação de recursos

A Americanas pediu à Justiça do Rio de Janeiro que a Stone libere R$ 44,8 milhões em recursos de vendas do shopping virtual, que são repassados aos lojistas. A Stone informou que aguarda o envio de informações pelas Americanas sobre o pagamento a estabelecimentos parceiros para liberar recursos de recebíveis.

"Ao tomar conhecimento do processo de recuperação judicial das Lojas Americanas e para garantir que os recursos das transações fossem integralmente destinados aos vendedores que comercializam pelo site Americanas, a Stone fez consulta formal à Justiça sobre como proceder e aguarda pelo envio de informações, por parte das Lojas Americanas, confirmando o pagamento realizado aos estabelecimentos comerciais parceiros, em linha com as práticas adotadas nesses casos", disse a Stone, em nota.

*Com colaboração de Altamiro Silva Junior e Talita Nascimento