FMI alerta para impacto de caos bancário no PIB global: cresceria 2,5% e não 2,8% em 2023
"Seria o resultado mais baixo desde a desaceleração global de 2001, excluindo a crise inicial da covid-19 em 2020 e a crise financeira global em 2009", diz o FMI, no documento.
A diretora-gerente do FMI, Kristalina Georgieva, havia antecipado que o Fundo traria um cenário em paralelo às suas projeções, contabilizando os efeitos negativos desencadeados pela recente turbulência bancária após o colapso de três bancos nos Estados Unidos e a venda às pressas do Credit Suisse ao UBS. "Claramente, os riscos negativos aumentaram. Não há dúvida sobre isso", destacou.
Neste cenário alternativo, os efeitos negativos tendem a ser maiores nas economias avançadas do que naquelas de mercados emergentes, com o crescimento caindo abaixo de 1% em comparação com 1,3% no cenário base, segundo o Fundo. Os Estados Unidos, a zona do euro e o Japão teriam as maiores quedas no crescimento em comparação com a linha de base: cerca de 0,4 ponto porcentual menor em 2023.
"Países com maior exposição comercial aos Estados Unidos, como México e Canadá, sofreriam um impacto mais acentuado. Aqueles com exposições menores como, por exemplo, a China, seriam menos afetados", avalia o FMI.
De acordo com o organismo, o cenário alternativo plausível assume um aperto adicional moderado nas condições de crédito e maiores spreads para empresas e famílias. "As condições de financiamento para todos os bancos são mais apertadas, devido a uma maior preocupação com a solvência dos bancos e potenciais exposições em todo o sistema financeiro", avalia o Fundo, citando ainda uma supervisão mais rígida e que também contribui para um comportamento mais cauteloso dos bancos.
No cenário alternativo, a expectativa do FMI é de que o estoque de empréstimos bancários reais nos Estados Unidos caia 2%, enquanto os spreads bancários corporativos, diferença de quanto um banco para captar e o quanto cobra para emprestar subiria em 150 pontos base, em média, em 2023. Uma queda semelhante no crédito e no aumento dos spreads ocorreriam na zona do euro e no Japão, com o aperto gradualmente se dissipando após 2023, prevê o Fundo.
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