Principal esforço do BNDES é retomar captação internacional de recursos, diz Nelson Barbosa
Segundo ele, diversas instituições, como o banco dos Brics, o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e o Banco de Desenvolvimento da China, chegaram a oferecer recursos ao BNDES na gestão do governo Bolsonaro, mas não foram aceitos.
No total, disse Barbosa, as ofertas somaram US$ 5 bilhões com taxas próximas da Selic (taxa básica de juros do Brasil), mas em porcentual um pouco abaixo. Os recursos, se retomados destas instituições, podem financiar exportações e empresas que têm receita em dólar.
Barbosa disse esperar que a taxa Selic seja reduzida pelo Banco Central, o que poderia ajudar a financiar no longo prazo o crescimento da economia. De janeiro a maio, o BNDES teve alta de cerca de 9% nos empréstimos em termos reais. Já as consultas por financiamento tiveram aumento de 200%.
"Muitas empresas estão procurando o banco e esperando a definição do quadro econômico e, principalmente, dos juros", afirmou. O economista disse que se os juros caírem é possível aumentar a taxa de investimento sobre o Produto Interno Bruto (PIB) do atual patamar de 18% para o de 20%.
O diretor do BNDES afirmou que o banco de fomento tem como estratégia financiar as empresas em parceria com o setor privado. "É para ajudar o mercado a crescer em emissões de papéis privados, tem o BNDESPar", disse.
Ele citou que o apoio ao setor privado pode ser por meio de empréstimo, participação em capital de empresas ou aporte recursos em fundo de private equity, no qual o BNDES entra como cotista.
Na área de economia verde, Barbosa disse que o banco vai apoiar projetos de energia eólica e de energia solar. O banco também estuda apoiar empreendimentos de hidrogênio verde. "Tem um potencial grande no Brasil e pode ser uma forma da Petrobras se reinventar", disse.
Ele acrescentou que o BNDES deve retomar o cartão BNDES "em bases mais sustentáveis". As condições do cartão serão redesenhadas para reduzir a inadimplência que ocorreu anteriormente.
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