Câmbio: mercado hesita de olho na alta externa do dólar e baixa das taxas de Treasuries
O dólar ante o real ensaiou subir, ajustando-se ao sinal frente alguns pares emergentes ligados a commodities, como peso chileno e peso mexicano, mas volta a rodar perto da estabilidade, com viés de baixa na manhã desta quinta-feira, 18. O minério de ferro caiu 1,53% na China e petróleo também estava recuava cerca de 0,70% há pouco.
A agenda interna está esvaziada na volta do feriado local e os investidores aguardam indicadores americanos, como de produção industrial em outubro (10h30), e discursos de vários dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) ao longo do dia. Aqui, o foco está na posição do governo sobre a meta fiscal de déficit zero em 2024.
O Estadão/Broadcast apurou que a tendência é de o governo Lula não mexer na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2024 para mudar a meta, e esperar para ver como vão terminar as medidas arrecadatórias no Congresso. O prazo para apresentação de emenda à LDO se esgota nesta sexta-feira, 17. A mudança, se necessária, pode ser feita na tramitação do projeto de Orçamento do próximo ano, que tradicionalmente costuma ser a última votação em dezembro, antes do recesso parlamentar de fim do ano.
No exterior, a presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde alertou nesta quinta sobre possíveis riscos futuros para a estabilidade financeira, em um ambiente de taxas de juros restritivas. Segundo ela, o sistema financeiro europeu conseguiu evitar um cenário pior e com efeitos mais severos no início deste ano, mas vulnerabilidades permanecem.
Nos EUA, na quarta, 15, o índice de inflação ao produtor nos EUA caiu 0,05% em outubro e desacelerou na comparação anual, contribuindo para reforçar a percepção de fim do ciclo de aperto de juros pelo Fed. Houve ainda um apetite moderado por risco, após os dados econômicos mistos, que incluem recuo menor do que o previsto das vendas no varejo entre setembro e outubro e salto inesperado do índice Empire State neste mês. Além disso, o Congresso americano aprovou, também na quarta, legislação para evitar um shutdown nesta semana no país. E os resultados da reunião entre o presidente americano, Joe Biden, e o da China, Xi Jinping, são avaliados também.
Já na China, as vendas no varejo saltaram 7,6% na comparação anual de outubro e a produção industrial aumentou 4,6% - ambos acima das expectativas. Também o Banco do Povo da China (PBoC) manteve o juro da linha de empréstimo de médio prazo (MLF) de 1 ano em 2,5%, e injetou 1,45 trilhão de yuans no sistema.
Aqui, o Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) arrefeceu de 0,53% para 0,46% na passagem da primeira quadrissemana de novembro para a segunda leitura do mês, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV). Com o resultado, o acumulado em 12 meses do indicador desacelerou a 3,81%, ante 3,88% na leitura anterior.
Às 9h49 desta quinta, o dólar à vista estava praticamente estável, a R$ 4,8625 (+0,01%). O dólar para dezembro caia 0,08%, a R$ 4,8705.
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