Bolsas da Europa fecham em alta, com perspectivas para cortes do BCE, apesar de tensões

As bolsas da Europa fecharam em alta hoje, se recuperando após duas sessões de queda. A escalada das agressões entre Rússia e Ucrânia chegou a pesar nos ativos, mas os índices subiram ao longo da sessão com as perspectivas para cortes de juros pelo Banco Central Europeu (BCE), que foram reforçadas por declarações de dirigentes e indicadores.

O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou em alta de 0,41%, a 502,54 pontos.

A Força Aérea ucraniana acusou os russos de lançarem um míssil balístico intercontinental contra a cidade de Dnipro. Essa é a primeira vez que o Kremlin emprega um armamento tão poderoso desde o começo do conflito atual, há quase três anos. A ofensiva acontece em um momento de escalada nas hostilidades, depois que os Estados Unidos deram aval para que Kiev use armas de longa alcance contra os russos. Ontem, a Ucrânia utilizou mísseis de cruzeiros britânicos contra alvos militares dentro da Rússia também pela primeira vez.

Já o índice de confiança do consumidor na zona do euro caiu para -13,7 em novembro, ante -12,5 pontos em outubro. O resultado deste mês veio abaixo da expectativa de analistas consultados pela FactSet, -12,4. O movimento dá forças à visão de que o Banco Central Europeu (BCE) deverá voltar a cortar juros para apoiar a economia. Hoje, o dirigente Yannis Stournaras afirmou que um corte de 25 pontos-base em dezembro parece ser a "resposta certa" para o progresso recente da inflação. Outro integrante do conselho do BCE, Christodoulos Patsalides projetou que pode existir espaço para continuar baixando os juros europeus em "ritmo e magnitude estáveis", a depender dos dados e das novas projeções econômicas em dezembro.

Em Frankfurt, o DAX avançou 0,75%, a 1.9147,47 pontos. Em Paris, o CAC 40 subiu 0,21%, a 7.213,32 pontos. Em Milão, o FTSE MIB teve alta de 0,20%, a 33.294,96 pontos. Em Madri, o Ibex35 ganhou 0,19%, a 11.611,70 pontos. Em Lisboa, o PSI avançou 0,12%, a 6.360,47 pontos. Fora da zona do euro, o FTSE 100 subiu 0,79%, a 8.149,27 pontos, em Londres.

Na visão da Capital Economics, as empresas na Alemanha poderão ser particularmente vulneráveis a uma guerra comercial, devido aos fortes laços comerciais do país com a China e o grande excedente comercial com os EUA. Já as ações francesas estão fortemente inclinado para o setor do luxo, que foi duramente atingido pelas preocupações com o crescimento na China, aponta. Com a França e a Alemanha representando cerca de 60% do índice MSCI da zona do euro, a consultoria espera um fraco desempenho da região em geral. "Mas ainda vemos alguns pontos positivos, como as ações do setor financeiro na Itália e na Espanha", sugere.

Entre ações individuais, ASML subiu 2,43% em Amsterdã, no dia seguinte à divulgação do balanço da Nvidia. A fabricante de chips americana superou as estimativas com lucro e receita, mas registrou uma desaceleração das vendas e uma ligeira compressão na margem de ganhos.

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